Investimentos de VCs nas ag&food techs Latam somam US$ 1,7 bi em 2022

O valor corresponde a cerca de 5% do total aportado em startups da cadeia do agronegócio no mundo todo, que soma US$ 29,6 bilhões

Junho 19, 2023

Por Marina Salles

Apesar da relevância para a produção global de alimentos, a América Latina respondeu por apenas 5% dos US$ 29,6 bilhões investidos por Venture Capitals em ag&food techs em 2022, de acordo com levantamento realizado pelo AgFunder em parceria com a gestora brasileira SP Ventures. As cifras mostram que há um bom espaço de crescimento para a região fazer jus a seu protagonismo na cadeia que vai do campo à mesa do consumidor. 

Em 2022, os investimentos em ag&food techs somaram US$ 1,7 bilhão, segundo o relatório, – queda de quase 40% ante 2021, quando essas startups captaram US$ 2,8 bilhões com VCs. A correção de valuations inflados foi a justificativa apresentada para retração nos aportes, ajustados na mesma medida. A boa notícia é que na comparação com 2020 os investimentos tiveram alta de 183%, saindo do patamar dos milhões (US$ 600 milhões) e sustentando a guinada no campo dos bilhões (US$ 1,7 bilhão).

Ao todo, 153 agtechs e foodtechs receberam investimento em 2022. O maior deal mapeado foi no supermercado online de origem mexicana Justo (US$ 152 mi), seguido da rodada da distribuidora brasileira de vinhos Evino (US$ 128,5 mi) e do app colombiano de entregas Rappi (US$ 112 mi). 

Mas as agtechs não ficaram muito atrás das foodtechs. O TOP 5, entre elas, foi dominado pelas agfintechs e ag climate techs. A Agrolend puxou a fila (US$ 96,2 mi) seguida pela Re.green (US$ 76,8 mi). Na sequência, Solinftec (US$ 60 mi), TerraMagna (US$ 40 mi) e Carbonext (US$ 40 mi) deixaram sua marca no ranking. 

O Brasil no mapa dos investimentos ag&food

O Brasil é de longe o maior mercado na América Latina para startups e investimentos em ag&food techs, sendo mais da metade da safra de investidas em 2022 de empresas brasileiras. Do total de 153 investidas, 86 são do Brasil. O México aparece em segundo lugar (25) e a Argentina em terceiro (18). 

Em termos monetários, o Brasil também lidera (US$ 765 mi, 46% do total) e a Colômbia passa a compor o pódio (US$ 363 mi, 22% do total) na segunda posição. O México fica em terceiro (US$ 272 mi, 16%), enquanto o Chile ocupa a quarta posição (US$ 132 mi, 8%) e a Argentina fica em quinta (US$ 49 mi, 3%).