Sustentabilidade na agricultura, porque o “ESG” veio para ficar

Em um mercado cada vez mais competitivo, cabe também às startups definir a identidade e o propósito da empresa, além de oferecer um pacote de remuneração atrativo

Fevereiro 24, 2022

Por Marcelo Augusto Boechat Morandi

A sigla ESG (Environmental, Social and Governance) que, em português, significa a boa governança Ambiental, Social e Corporativa, está cada vez mais presente no mercado financeiro, nas estratégias dos diferentes setores produtivos da economia e até nas conversas de bar. Esse é o “novo” retrato da sustentabilidade.

Resgatando o conceito, cunhado em 1987 no Relatório Nosso Futuro Comum da Comissão Brundtland, o desenvolvimento sustentável é aquele capaz de “atender as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades” e “requer que as sociedades atendam às necessidades humanas tanto pelo aumento do potencial produtivo como pela garantia de oportunidades iguais para todos”.

Mais recentemente, em 2015, houve o lançamento de outro marco que mostra a amplitude da sustentabilidade: os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Uma coleção de 17 objetivos globais projetados para ser um “plano para alcançar um futuro melhor e mais sustentável para todos”. Os ODS, estabelecidos pela Assembleia Geral das Nações Unidas trazem metas ambiciosas que devem ser alcançadas até 2030. Os objetivos também ficaram conhecidos como Agenda 2030.

Virada de página

Está clara a mudança de postura: o atual modelo econômico vai ter que incorporar tolerância zero com a corrupção, proteção aos recursos naturais, uso ético de informações privadas e respeito aos direitos humanos em toda a cadeia de fornecedores. 

Para isso, os sistemas financeiros precisam garantir a criação de dinheiro a baixas taxas de juros e que seja consistente com os objetivos democráticos, estabilidade financeira, justiça social e proteção ao meio ambiente. A sustentabilidade mensurável e precificável entrou definitivamente na agenda de todas as atividades econômicas.

A implantação de práticas que abrigam os critérios ESG é um imperativo, elevado ao grau de urgência pelas mudanças do clima que vivemos nas últimas décadas e acelerado pela recente, ainda em curso, pandemia que paralisou o mundo e mexeu com o planeta"

Embora haja atenção crescente à temática, é preciso avançar na compreensão das barreiras, lacunas, critérios e procedimentos que possibilitem integrar fatores de ESG às atividades econômicas. Empresas e governos deverão investir em conhecimento, ajudando a mitigar riscos e a promover valor no longo prazo.

O desafio é como nos aproximar de maneira efetiva dessa nova geração e mentalidade, seja ela urbana ou rural, para comunicar de forma compreensível e gerar engajamento, mostrando o que o Brasil já tem de práticas sustentáveis, mas pode avançar muito ainda nesta direção. 

E, mais importante, como todos podem se envolver nesta construção? Podemos fazer isso com uma abordagem mais dinâmica e moderna, com inovações disruptivas e novos modelos de negócio? E como a agricultura se insere neste cenário?

Mudança de mentalidade e comportamento

Atingimos o limite da denominada economia linear, um modelo gerador de resíduos e rejeitos em volumes e complexidade crescentes. Esse modelo tem sido foco de problemas em função da desconexão que promove entre os sistemas humanos (sociedade) e os naturais (ecossistemas).

A prática, não só o discurso, de uma agricultura sustentável não é mais uma opção, mas sim uma necessidade para quem quer permanecer no negócio e para agregar aqueles, especialmente pequenos e médios, que ainda estão fora ou apenas na margem do mercado.

Neste cenário, é preciso enxergar a agricultura com multifuncionalidade, onde crescimento e sustentabilidade não são conceitos antagônicos, mas complementares. Uma sinergia que nos possibilita construir uma prosperidade econômica com melhorias nos planos ambiental e social.

A agricultura precisará cada vez mais desempenhar atividades ambientalmente responsáveis que foquem na preservação da biodiversidade, diminuição da emissão de gases de efeito estufa (GEE) e valoração dos serviços ecossistêmicos. É uma questão de mercado, de negócio. E diz respeito também à própria sobrevivência e longevidade dos negócios agropecuários.

A introdução destes critérios ESG nas atividades organizacionais provocará uma mudança significativa nos próximos anos. Qualquer novo padrão tecnológico terá que se nortear pela consolidação de sistemas de produção limpos, com balanço positivo de carbono, adoção de práticas de manejo de solos tropicais, investimentos na conservação e uso da biodiversidade e que integrem as cadeias, promovam a inclusão produtiva e gerem e remunerem as externalidades positivas (benefícios indiretos que uma empresa gera a outras empresas e à sociedade). Quem não enxergar isto e se mover neste sentido terá muita dificuldade de se manter.

O caminho percorrido

Se no passado o aumento da produção era baseado na ampliação de área sem maior preocupação com as consequências, hoje o crescimento da agricultura e pecuária está pautado pelo ganho de produtividade e a preocupação com o meio ambiente. Assim, os avanços em produtividade garantem efeitos poupa-recursos, além de aprofundar a conscientização ambiental dos produtores.

A sustentabilidade concreta, mensurável, que pode ser construída e pode ser precificada entrou definitivamente na agenda da agricultura. É inexorável esse caminho. Estamos inseridos em mercados globais que exigem isso, e já temos sinalização clara que não há outra forma de seguirmos adiante, pela relevância do tema no contexto dos sistemas agroalimentares globais. O Brasil é um grande player neste jogo e isso significa que será sempre monitorado com lupa, o que nos traz desafios e oportunidades.

Temas como a intensificação produtiva sustentável, sistemas de produção de base ecológica e regenerativos, defesa sanitária, melhor uso de pesticidas e outros agroquímicos, novos insumos derivados da biodiversidade, segurança dos alimentos, geração e pagamento por serviços ambientais (incluindo o nascente mercado de carbono) estão na agenda nacional e internacional.

Há muitas oportunidades neste “novo mundo”. Há espaço para ampliar a produção e a conservação/preservação ambiental. O Brasil está pronto para ser um grande produtor mundial de alimentos em bases sustentáveis. A agropecuária brasileira se beneficia de tecnologias para o mundo tropical, desenvolvidas a partir da década de 1970. 

Com o fortalecimento da ciência voltada para a agricultura, o país passou a experimentar crescimentos impulsionados por ganhos de produtividade por hectare nestes quase 50 anos, com mais intensidade nas últimas três décadas. 

Assim, o agro brasileiro pode — e deve — desempenhar um papel ainda mais relevante no mundo, pela sua capacidade de produzir alimentos, fibras e energia em quantidade e qualidade. O investimento em ciência e a atuação em rede das instituições, aliados à implantação de políticas públicas e ao empreendedorismo do agricultor brasileiro, impulsionaram o uso de tecnologia e a adoção de boas práticas no campo.

Hoje, o Brasil é referência em ciência e tecnologia para a agricultura tropical. A safra de grãos do país ultrapassa os 250 milhões de toneladas, enquanto o uso da terra gira em torno de 30% do território nacional para produção agropecuária, aqui incluindo além dos grãos, frutas, hortaliças, culturas perenes, culturas energéticas, fibras e produção de proteína animal. É, portanto, imenso o potencial de crescimento do agronegócio brasileiro. Em todos os casos, a área plantada cresceu menos do que a produção, poupando mudança maior de uso da terra.

No Brasil, as políticas públicas têm auxiliado na estruturação da governança corporativa das atividades do agronegócio (Imagem: Dudu Rosa)

Temos um arcabouço legal e de políticas públicas robusto, que inclui o Plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC), a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), o Programa Nacional de Solos do Brasil (Pronasolos), o Programa de Bioinsumos, o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais recém-sancionada, a ratificação do Acordo de Nagoia sobre biodiversidade e outros marcos importantes. 

Sem esquecer do Código Florestal que, mesmo ainda carecendo de plena implementação, é um balizador sem igual, que nos permite ter Áreas de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL) convivendo com a área produtiva dentro das fazendas.

Os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil em relação ao clima oferecem oportunidades também no setor de biocombustíveis e energia de biomassa. A matriz energética brasileira já contempla importante participação de energias renováveis, entretanto, para o cumprimento das metas assumidas, há clara necessidade de uma efetiva transição para economia de baixo carbono no setor de transportes, reduzindo as emissões devido à queima de combustíveis fósseis. 

A Política Nacional de Biocombustíveis, o RenovaBio, criou um mercado de carbono, remunerando a redução de emissões de gases de efeito estufa pela substituição de combustíveis fósseis por biocombustíveis. Em seus dois primeiros anos de execução (2020/2021) foram disponibilizados mais de 39 milhões de créditos de descarbonização (toneladas de CO2eq.), que deixaram de ser lançados na atmosfera.

O Brasil já conta com uma série de sistemas e tecnologias sustentáveis que podem ser considerados estratégias poupa-terra, em franca adoção, que permitem incrementos sustentáveis na produção total em uma mesma área, e graças ao seu uso evita-se a abertura de novas áreas para produção agropecuária. 

Caso essas tecnologias não estivessem em uso, seria preciso dedicar mais áreas à agropecuária para a necessária produção de alimentos e energia, o que conduziria a possíveis impactos ambientais negativos. Assim, as tecnologias poupa-terra contribuem sobremaneira para a sustentabilidade ambiental, econômica e social da agropecuária brasileira.

Sistemas de produção mais complexos, sistêmicos, resilientes, sustentáveis, como, por exemplo, de baixa emissão de gases de efeito estufa (GEE), compõem agenda de pesquisa de organizações públicas, universidades, empresas e já são práticas adotadas em larga escala no Brasil, entre os quais se destacam: integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF); sistemas agroflorestais; sistema de plantio direto (SPD) e agricultura orgânica; fixação biológica de nitrogênio (FBN); controle biológico de pragas e doenças; florestas plantadas; recuperação de áreas degradadas; tratamento de dejetos animais; recuperação, restauração e adequação ambiental das propriedades rurais.

O crescimento no uso de bioinsumos, produtos de origem biológica e que promovem o controle de pragas e doenças e a boa nutrição de plantas e animais, em substituição ou racionalização do uso de adubos e pesticidas químicos, tem sido notável. O mercado de bioinsumos no Brasil tem crescido a taxas expressivas especialmente nos últimos anos. Atualmente, há no Brasil mais de 400 produtos registrados, sendo que 35% destes foram registrados nos últimos três anos. O mercado chegou a dobrar de tamanho na safra 2019/2020 em comparação com a safra de 2017/2018 e tem uma projeção de crescimento de 33% no ciclo 2020/2021.

Temos que reconhecer que, para além destes acertos, cometemos erros no passado. E ainda alguns perduram no presente. Como consequência, existem hoje no Brasil cerca de 50 milhões de hectares de áreas degradadas. Mas, essa área já antropizada e de baixa produtividade pode ser um grande trunfo para a transformação. Temos um forte “ecossistema” de geração de conhecimentos, tecnologias e inovação que podem tornar essas áreas produtivas e, assim, multiplicar a produção de alimentos, fibras e bioenergia sem necessidade de avançar sobre qualquer vegetação nativa.

Olhando para frente

A intensificação produtiva sustentável, com a convergência de conhecimentos e tecnologias já disponíveis em várias áreas da ciência, está alterando o modo como buscamos soluções para os desafios da produção, criando o mercado agrícola digital e a crescente inserção do conceito e produtos da bioeconomia no campo.

Instrumentos de bioeconomia, economia circular e economia verde devem dominar as relações de produção e consumo. Todas as modalidades convergem para um mesmo modelo de economia, baseado em novos processos e inspirado na própria natureza, onde tudo se recicla e nada é perdido nem desperdiçado. Essa nova economia e a agricultura têm muito em comum: ambas são dependentes de sistemas biológicos e renováveis.

Como já apontado por vários especialistas, a construção do futuro será balizada pela combinação de três “S”: Saúde, Sanidade e Sustentabilidade. Tomo a liberdade de acrescentar um quarto “S” às prioridades: Science — aqui em inglês mesmo, denotando sua universalidade. Esse quarto elemento que é transversal às dimensões de Saúde, Sanidade e Sustentabilidade nos permitirá alcançar os almejados objetivos. Nenhuma nação se sustenta no longo prazo sem investir em ciência.

Trilhar essa jornada só é possível com conhecimentos e tecnologias que permitam o melhor uso dos recursos naturais. E para pavimentar esse caminho é necessário investir de forma consistente. Essa foi a força que nos trouxe até aqui e que pode nos levar mais adiante, de forma competitiva.

Uma preocupação que o Brasil precisa ter é a geração e inserção de dados atualizados em fóruns e bases internacionais, que permitirão assegurar ao país maior confiabilidade e credibilidade nos mercados e na elaboração de inventários e avaliações de impacto, como por exemplo em análises de ciclo de vida, pegadas ambientais de carbono e hídrica, entre outros. 

Muitos destes critérios hoje se configuram como barreiras não tarifárias para inserção em mercados internacionais e para investimentos. A geração de dados confiáveis e com credibilidade é essencial para garantir a competitividade de nossa agropecuária e desmistificar dados errôneos ou parciais, corrigindo erros de rumo interno em nossas políticas públicas e iniciativas tanto de governo quanto do setor produtivo.

A inclusão neste novo modelo econômico e nos novos mercados que se abrem depende do acesso a conhecimento e tecnologias e, obviamente, da capacidade de investimento e expectativa de retorno. Há muito recurso disponível, em nível mundial, para investimentos considerados “verdes”. Porém, muitos produtores, especialmente os pequenos e médios, não estão prontos para acessar estes recursos. Será necessário o fortalecimento de políticas públicas para ampliar este acesso. 

Já os grandes produtores têm lançado mão de tecnologia e de inovação para garantir a melhoria dos índices de sustentabilidade dos sistemas produtivos, criando oportunidades para acesso a créditos adequados para investimentos na ampliação da produção com foco em processos mais sustentáveis. Neste caso, é preciso fortalecer a segurança jurídica e a estabilidade, para fomentar estes investimentos verdes.

O papel de cada um e de todos

A sustentabilidade nesta nova visão é uma construção coletiva e envolve todos os atores no ciclo de geração de riqueza. Na agricultura, inclui aqueles que estão “antes da porteira”, como as indústrias de insumos e máquinas, seguido daqueles diretamente envolvidos na produção “dentro da porteira”. Bem como os distribuidores e consumidores — que hoje são agentes de mudança fundamentais, assumindo protagonismo crescente na regulação de mercados, especialmente de alimentos. Inclui ainda, de forma transversal, os governos — responsáveis pela proposição e condução de políticas públicas efetivas —, as organizações públicas e privadas de ciência, tecnologia e inovação e o setor financeiro, engrenagens que alimentam o ciclo.

Voltando ao papel central do consumidor, é fundamental destacar que as novas gerações estão cada vez mais preocupadas com a responsabilidade social e ambiental das empresas que estão por trás dos seus hábitos de consumo. Uma pesquisa de 2016 da Cone Communications verificou que 75% dos millennials estão dispostos a ter um corte no salário para trabalhar em uma empresa socialmente responsável. 

De acordo com outro estudo, da Nielsen, 73% dos millennials pagariam mais por produtos ou soluções sustentáveis. O problema está na atual perda de renda de significativa parte da população, que poderá retardar ou dificultar essa mudança. Isso reforça a importância do elemento “Social” na tríade ESG.

oportunidades se abrindo para todos os tipos e tamanho de propriedade, desde a agricultura de base ecológica até grandes sistemas produtivos. O acesso cada vez maior dos consumidores à informação e compartilhamento de experiências e avaliações de produtos e marcas, ampliam seu poder na tomada de decisão no momento da compra. As mudanças indicadas pelos consumidores estipulam que a produção de alimentos precisa atender a distintos atributos: sensorialidade e prazer, saudabilidade e bem-estar, conveniência e praticidade, confiabilidade e qualidade e sustentabilidade e ética. Para aproveitar estas oportunidades, temos que corrigir alguns erros ainda presentes, como o desmatamento ilegal, que impacta a imagem do Brasil e do agronegócio e afeta a abertura de novos mercados externos, e a perda e desperdício de alimentos desde a produção até o consumo, que impacta no uso de recursos naturais, nos preços e no acesso ao alimento pelas populações mais carentes.

A Embrapa e a geração de conhecimento e tecnologias para a agricultura sustentável

Desde a sua fundação em 1973, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) tem em sua missão a busca por viabilizar soluções de pesquisa, de desenvolvimento e de inovação para a sustentabilidade da agricultura. Essa preocupação está presente em toda a sua rede de pesquisa, envolvendo 43 unidades distribuídas em todo o território nacional.

Desde a sua origem atenta às tendências internas e externas e se antecipando aos cenários futuros, a Embrapa possui uma unidade dedicada às questões ambientais, a Embrapa Meio Ambiente. Formada ainda antes da Eco 92, a primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Embrapa Meio Ambiente é reconhecida como referência nacional e internacional em pesquisa, desenvolvimento e inovação na interface agricultura e meio ambiente.

A pesquisa e inovação na Embrapa Meio Ambiente está estruturada em quatro áreas: Qualidade agroambiental e sistemas produtivos sustentáveis; Mudanças climáticas globais e agricultura; Avaliação de impactos e gestão ambiental da agricultura; e, Bioprospecção e biotecnologia ambiental.

Área experimental da Embrapa Meio Ambiente (Foto: Embrapa)

Para fomentar a inovação, com o objetivo de conciliar as demandas dos sistemas produtivos com as necessidades de conservação de recursos naturais e preservação ambiental buscando a sustentabilidade da agricultura, a Embrapa Meio Ambiente dispõe de uma série de ferramentas. A Embrapa gera tecnologias, produtos, processos e serviços que incluem soluções de gestão ambiental na agricultura; práticas e processos agropecuários mais sustentáveis; avaliações de impacto ambiental de sistemas de produção e de inovações tecnológicas; bases de dados e metodologias técnico-científicas; conservação e incremento de coleções biológicas e uso da biodiversidade na geração de novos insumos; análise de cenários de mudanças climáticas globais, entre outros.

Marcelo Augusto Boechat Morandi é Chefe-Geral Embrapa Meio Ambiente.

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Maurício Moraes

Maurício Moraes

Sócio e líder do setor de Agronegócio, PwC Brasil

Dirceu Ferreira Junior

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COO do PwC Agtech Innovation e sócio, PwC Brasil

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