Avaliada em R$ 47 milhões, Imeve volta para as mãos dos fundadores e multiplica por 6,5 capital do Fundo Criatec

Gerido por KPTL e Antera, o Fundo Criatec adquiriu em 2011 participação minoritária na Imeve, de aditivos probióticos para nutrição animal 

Novembro 22, 2021.

Por Marina Salles 

Pioneiro em investimentos de capital semente no Brasil, o Fundo Criatec concluiu sua 31ª saída de uma carteira original de 36 investimentos realizados entre 2008 e 2013. A saída da Imeve — fabricante de aditivos probióticos para nutrição animal e medicamentos veterinários para a saúde animal — está retornando aos investidores 6,5 vezes o valor aportado em 2011.

A transação acontece no momento em que a empresa é avaliada em R$ 47 milhões. A participação do Criatec no negócio não foi revelada. O Criatec nasceu de um edital público lançado pelo Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) em 2007 e co-investido pelo Banco do Nordeste (BNB) em 2008. Hoje, o fundo é gerido em conjunto pela Antera Gestão de Recursos e a KPTL.

O acordo de compra foi fechado com os sócios-fundadores da empresa, que agora voltam a deter a fatia minoritária do negócio que estava nas mãos do fundo Criatec. Fernando Ávila e Gustavo Nogueira da Costa, então professores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Jaboticabal (SP), fundaram a Imeve em 1980. 

Escalando com o mercado de biológicos

Desde a fundação, a Imeve desenvolve e produz soluções sustentáveis para o mercado veterinário, como aditivos probióticos, medicamentos para grandes animais, suplementos e produtos para a linha pet. 

E, por conta da pressão internacional para a redução do uso de aditivos químicos, seu mercado vem crescendo ano a ano no Brasil. Dono de um dos maiores rebanhos bovinos do mundo e com expressiva produção de aves e suínos, o país gira por ano em torno de R$ 2 bilhões com a comercialização de aditivos biológicos para alimentação animal. No mundo todo, estima-se que esse mercado seja de R$ 20 bilhões.

Segundo Paulo Tomazela, sócio da KPTL, o case Imeve exemplifica como uma empresa já́ madura conquista crescimento acelerado e passa a um outro patamar de negócios graças a um investimento externo. 

“Entre os fatores decisivos para o crescimento acelerado da Imeve, destaco a implantação da cultura de planejamentos estratégicos anuais e, com isso, a adoção de um plano comercial mais agressivo, o investimento na adequação da fábrica e o aumento no portfólio de produtos", afirma Tomazela, em nota.

Segundo Robert Binder, presidente do Comitê de Investimentos do fundo Criatec e gestor da Antera, a Imeve foi selecionada para receber o aporte do fundo em 2011 pelo seu caráter inovador e focado em pesquisa e desenvolvimento dentro de um mercado estratégico e de alto potencial.

“São 10 anos de parceria que agora chegam ao seu fim natural”, afirma Binder, ressaltando que investimentos de risco em empresas em estágio “semente” levam tempo para amadurecer, mas tendem a ser muito bem sucedidos.

Ele destaca que, ao longo dos anos, a Imeve ajudou criadores de todo o Brasil a elevarem seus ganhos, reduzindo a mortalidade do rebanho e acelerando o ganho de peso dos animais. Além de atuar no segmento de bovinos, suínos e aves, a empresa tem produtos para equinos, caprinos, ovinos, peixes, crustáceos e pets.

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Maurício Moraes

Maurício Moraes

Sócio e líder do setor de Agronegócio, PwC Brasil

Dirceu Ferreira Junior

Dirceu Ferreira Junior

COO do PwC Agtech Innovation e sócio, PwC Brasil

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