KPTL faz segundo aporte na agtech Agrisolus em rodada de R$ 2 milhões

Focada em tecnologia para a avicultura, a startup já atende quase 600 aviários em sete Estados brasileiros e prepara expansão

Novembro 8, 2021.

Por Marina Salles

A gestora KPTL, focada em tecnologia e inovação, acaba de anunciar mais um aporte na startup Agrisolus, especializada em levar inteligência artificial para granjas e frigoríficos. A rodada, no valor de R$ 2 milhões, é a segunda que a KPTL faz na agtech num período de menos de um ano. O primeiro aporte (de valor não revelado) se deu em março de 2021. 

De acordo com a gestora, o crescimento da Agrisolus tem sido acelerado e seu faturamento este ano será 12 vezes maior do que o registrado em 2020. Fundada em 2016 em Campo Mourão (PR), a Agrisolus já atende quase 600 aviários em sete Estados do Brasil.

Sensores e IA à serviço do bem-estar animal

Por meio de sofisticados sistemas de sensores, a startup capta e transmite, em tempo real, informações sobre o que se passa nas granjas e, usando inteligência artificial, também é capaz de predizer, por exemplo, surtos de doenças entre os frangos. 

Os sensores da Agrisolus medem a temperatura, umidade, CO2 e amônia no interior das granjas e seu objetivo é prover as melhores condições de bem-estar aos animais. Em caso de alteração dos padrões de qualquer um desses indicadores, o granjeiro é avisado imediatamente, o que evita, inclusive, a morte dos frangos, seja pela disseminação de doenças ou pelos efeitos nocivos de uma possível queda de energia. 

Outra vantagem relevante da tecnologia é que, ao digitalizar o acesso às informações em tempo real, ela reduz esforços logísticos dos funcionários das granjas e frigoríficos. Isso porque, atualmente, muitos técnicos supervisores de campo fazem visitas esporádicas e passam pouco tempo in loco monitorando todos os parâmetros necessários, ao passo que têm que visitar vários armazéns, muitas vezes distantes uns dos outros.

Sensores instalados na granja permitem monitorar indicadores de ambiência (Foto: Agrisolus)

Planos para o aporte

Com o aporte, a startup planeja criar novas aplicações a partir dos dados gerados por sensores e desenvolver novas tecnologias, que devem chegar ao mercado no primeiro trimestre de 2022. 

“Este novo investimento nos dará suporte para crescer nosso quadro de colaboradores, melhorar os produtos existentes e lançar novas frentes”, conta Anderson Nascimento, CEO da Agrisolus, em nota. Outro plano da startup é avançar para uma internacionalização.

Confiança em dobro

Leandro Pereira, Head de Fundos da KPTL, afirma que o desempenho da agtech foi o que garantiu o segundo aporte, mais robusto que o primeiro (de valor não revelado). Segundo ele, existe uma oportunidade de a Agrisolus aumentar em mais de 10 vezes o que já fatura dentro dos seus contratos atuais.

O investimento também está em linha com o olhar macro da gestora para seu fundo, que tem forte presença na área de proteína animal. No setor, a Gestão Agropecuária (GA), Intergado, Cowmed e Ecotrace já integram o portfólio da KPTL.

“Colocamos um cheque menor no começo e agora aumentamos o investimento. Não é um investimento em fluxo de caixa, para financiar a empresa, mas para ampliar a pesquisa e desenvolvimento de produto”, afirma Pereira. 

Entre os principais clientes da Agrisolus estão grandes companhias, como a GT Foods (quarta maior empresa brasileira de avicultura de corte) e a Mantiqueira (maior produtora de ovos da América do Sul, com 11,5 milhões de galinhas em unidades em Minas Gerais, Mato Grosso e Rio de Janeiro). No caso da Mantiqueira, a tecnologia é empregada principalmente para evitar mortes de animais, graças a alertas de consumo de água e condições ambientes.

Conforme o CEO da Agrisolus, a startup vive uma fase de ganho de escala. “Todo esse crescimento traz consigo desafios, pois é preciso crescer a estrutura para conseguir suportar esse aumento nas vendas. Do outro lado, já estamos preparando as novidades de 2022, pois a evolução precisa ser constante”, diz Nascimento.

Fundo Agro da KPTL ainda reserva novidades para 2021

O ano de 2021 também foi promissor para a startup Laqus (antiga Mark2Market), de gestão financeira, que entrou com os dois pés no agronegócio após rodada liderada pela KPTL em junho. 

Na época, a startup recebeu aporte de R$ 10,8 milhões seguido pela Mantiqueira Participações, Tridon Participações e Flávio Jansen, fundador do Submarino e conselheiro da Locaweb. 

No mesmo mês, a empresa recebeu a autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para se tornar depositária de Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), concorrendo com a B3. 

Rodrigo Amato, CEO da Laqus, diz que a empreitada no agro tem sido muito feliz. "Estamos autorizados, o investidor está querendo comprar, o produtor precisando tomar crédito e nós facilitando esse caminho. Foi muito feliz começarmos nossa empreitada no mercado de depósito pelo agro, pelos CRAs, porque é um mercado com escassez de recursos do governo e com sobras de investidores que querem aplicar", afirma Amato, em nota.

Atualmente, a Laqus controla mais de R$ 310 bilhões em suas plataformas, ajudando companhias, já emissoras do mercado de capitais ou não, na gestão de dívidas, aplicações, derivativos e risco. 

Ainda em 2021, Renato Ramalho, CEO da KPTL, afirma que haverá outras novidades no Fundo Agro da gestora. Aberto a novos investidores, o fundo deve fazer aporte em mais três startups ainda este ano.

"O protagonismo do Brasil no agro continua mais forte do que nunca. O conhecimento que a KPTL tem do setor permite termos um olhar muito particular sobre as verdadeiras oportunidades de geração de valor no longo prazo. Já são mais de 13 anos com a botina nos pés", diz o gestor.

*Com informações de assessoria de imprensa.

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Dirceu Ferreira Junior

Dirceu Ferreira Junior

COO do PwC Agtech Innovation e sócio, PwC Brasil

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