Setembro 27, 2021
Por Vitor Silva e Marina Salles
Hoje, vemos uma grande gama de novas soluções sendo oferecidas no mercado, que miram os mais variados tipos de problemas. E, quase que invariavelmente, quem puxa a fila de toda essa transformação são as startups. Mas por quê? Afinal, o que essas empresas têm? E porque minha empresa deve se relacionar com elas? Ao longo deste artigo, vamos esclarecer todas essas dúvidas.
Estamos em um cenário em que as mudanças dentro e fora das empresas são muito aceleradas, e a sensação é de que não há tempo a perder. Neste sentido, as startups materializam a agilidade e capacidade de atualização que boa parte do mercado quer ter. Isso porque adotam uma cultura mais dinâmica, que permite que a inovação aconteça sem travas.
Vale lembrar que, lá atrás, Charles Darwin (1809-1882) — biólogo famoso por sua Teoria da Evolução — já dizia que não seria o mais forte, nem o mais rápido ou o mais inteligente animal que sobreviveria, mas sim o mais adaptado. O mesmo serve para grandes empresas, produtores, empreendedores e, claro para as startups — que aprenderam essa lição sem demora e inspiram todo o ecossistema ao seu redor!
“A startup é uma adaptação natural de uma estrutura organizacional mínima, que está super apta aos tempos atuais”, afirma José Tomé, CEO do AgTech Garage.
A partir desta visão, elencamos três grandes respostas à pergunta do: Por quê se relacionar com startups?
Muito do que tange o tema da inovação e da relevância de se relacionar com startups pode ser justificado pela cultura que flui dentro dessas empresas. A linha de pensamento empreendedor (também chamado mindset) tem características disruptivas, mais voltadas ao risco e novas soluções que, no fim do dia, enxergam as mudanças no mundo como oportunidades de negócios.
Para eles, as amarras e apegos à forma como os processos já ocorrem no mercado são muito mais sutis, o que abre espaço para a inovação. Estar lado a lado desses atores é, portanto, essencial para aprender a pensar diferente, antes de mais nada.
Ao trazer essa cultura para mais perto do seu empreendimento, a ideia é abrir um espaço para acompanhar também a fronteira das mudanças e se permitir ver oportunidades onde antes tudo parecia ser apenas um grande desafio. Essa mentalidade é saudável para qualquer empresa, já que a torna mais competitiva e resiliente num ecossistema em constante transformação.
Outra grande força motivadora da interação com as startups é a questão da atualização. A inovação, no cerne do conceito, nunca se limita ao dia de hoje, ou seja, a uma ação pontual, com início, meio e fim. Ela traz a compreensão de que inovar consiste num processo constante, que precisa ser renovado a todo o momento.
Se uma empresa decide inovar e aplica no seu processo uma mudança pontual, ela está fadada a ficar desatualizada dali a pouco tempo. A inovação não é uma jornada de curto prazo.
A aprendizagem contínua norteia o planejamento e o cotidiano das startups, que testam sem medo e mudam de rota quando necessário. Por isso, a convivência com elas garante aos outros atores uma aproximação com a fronteira do conhecimento e uma atualização sem precedentes.
Além da cultura e da atualização, a agilidade para inovar é mais uma característica das startups, e um fator de peso para argumentar sobre a necessidade de estar perto delas.
E, aqui, não podemos deixar de abrir um parênteses para falar da inovação aberta. A inovação aberta pressupõe que novas ideias podem surgir de qualquer lugar, e não apenas de dentro das organizações. Isto significa dizer que as ideias para uma empresa melhorar um processo, criar um novo produto ou serviço, podem surgir do lado de fora dos muros das empresas — como de uma universidade ou startup, por exemplo — na medida em que elas estejam prontas para interagir com o ecossistema de inovação. Daí o termo inovação ABERTA, embora ele não preveja, de forma alguma, abrir segredos industriais ou desenvolver algo publicamente.
Nessa criação de redes e conexões entre diferentes atores do ecossistema, as startups são verdadeiras veteranas. Porque entendem o valor das trocas de experiência e conhecimentos no meio empreendedor e buscam, desta forma, acelerar e tornar mais eficiente o desenvolvimento dos seus produtos e serviços.
Uma analogia comum no meio da inovação é a que compara as grandes empresas a navios, e as startups a lanchas. Enquanto o navio possui uma estrutura mais robusta e complexa, que torna mais lenta e difícil uma mudança de direção, as lanchas são ágeis, como as startups. Até por ter uma estrutura menor, as lanchas e as startups são mais enxutas, menos complexas e muito mais rápidas, o que dá o dinamismo necessário à sua transformação. No processo de inovação, o desafio das grandes empresas é aprender a colocar suas lanchas na água.
Uma vez conectadas com as startups, a ideia é que as empresas desenvolvam fortemente o entendimento de como alguns mecanismos ou formas de enxergar situações podem acelerar seu processo de mudança.
O estreitamento das relações com as startups pode acontecer tanto para alcançar melhorias incrementais dentro das organizações e avançar para tornar os processos mais eficientes, como no sentido de co-desenvolver novas soluções ou criar produtos do zero. O dinamismo das startups traz ganhos seja para as fazendas, grandes empresas ou a organização que for!