Pós IPO, Farmers Edge planeja crescimento arrojado no Brasil aproximando-se de startups

A nível mundial, a empresa está presente em seis países e tem 12 milhões de hectares de lavouras digitalizados

Julho 26, 2021

Por Marina Salles

Depois do IPO (oferta pública de ações, na tradução para o português) na bolsa de Toronto, a empresa de tecnologia agrícola canadense Farmers Edge planeja novos passos da expansão no Brasil e no mundo. Atualmente com 2 milhões de hectares digitalizados no país, a meta é chegar a 4 milhões nos próximos 12 meses.

A nível mundial, a empresa está presente no Brasil, Canadá e também nos EUA, Rússia, Ucrânia e Austrália e tem 12 milhões de hectares de lavouras digitalizados. Com 450 funcionários, a Farmers Edge faturou C$ 42 milhões (dólares canadenses) em 2020.

Celso Luis Lara Macedo, vice-presidente para América Latina na Farmers Edge, diz que a companhia tem olhado para o mercado de uma forma diferente desde o IPO em março de 2021 e que, com uma bagagem de 15 anos de experiência, vestiu definitivamente a camisa de “multinacional consolidada e com planos de crescimento bastante arrojados”.

Em maio, a Farmers Edge se tornou parceira do AgTech Garage e, segundo Macedo, procura soluções nas áreas de manejo do clima e da água, mercado de carbono, agricultura de precisão, fintechs e e-commerce para integrar à sua plataforma Farm Command. “Estamos prontos para pensar nos próximos investimentos, quer seja com joint-ventures, aquisições de plataformas de serviços e até mesmo de startups”, afirma o executivo.

País estratégico para a agricultura mundial, o Brasil deve se tornar o principal mercado da Farmers Edge até 2025. Hoje, a empresa já atua no Matopiba (confluência entre os Estados do MA, TO, PI e BA), MT, MS, GO, SP, PR e RS. Na América Latina, a prospecção de oportunidades começou este semestre na Argentina, Paraguai, Bolívia, México, Colômbia e Chile.

Celso Luis Lara Macedo, VP Latam na Farmers Edge

Agricultura digital e inteligente

Fundada em 2005 pelos agrônomos Wade Barnes e Curtis McKinnon, a Farmers Edge sempre teve no DNA a agricultura orientada a dados e operações mais eficientes.

Em toda sua história, a empresa coletou 85 bilhões de pontos de dados únicos, instalou mais de 6,5 mil estações meteorológicas e conectou sua plataforma a 30 mil dispositivos no campo.

O objetivo dessa montanha de informações é melhorar a tomada de decisões do produtor rural, para que faça, por exemplo, a aplicação de insumos a taxa variável e economize nas suas aplicações de defensivos e adubos ou reduza o custo com combustível de suas máquinas.

A empresa disponibiliza o monitoramento da fazenda por imagens de satélites de alta frequência e alta resolução (Smart Imagery); acompanhamento de dados climáticos via estações meteorológicas (Smart Insite); telemetria de tratores para visualizar a performance de plantio, pulverização, colheita, consumo de combustível etc (Smart Full); e amostragem do solo como ferramenta adicional.

Na prática, o produtor é quem decide quão complexo será seu pacote e as soluções vão se somando. O Smart Insite, no caso, inclui a solução de imagens de satélites e de dados climáticos. Já o Smart Full é a soma do Insight e Imagery.

Macedo explica que a plataforma digital da Farmers Edge permite ao produtor gerenciar sua fazenda de qualquer lugar do mundo, desde que tenha conexão 3G, 4G ou wifi. Nesse caso, as informações podem ser acessadas em tempo real pelo smartphone ou desktop e o produtor pode pedir para receber alertas. De qualquer forma, tudo fica acessível também via relatórios.

“Temos alertas de sanidade, por exemplo, para identificar pragas e doenças, e o fato de o mapa deixar claro onde está o problema, ajuda o produtor a economizar tempo e focar nessas áreas”, exemplifica Macedo.

Outras ferramentas disponíveis são as notificações de precipitação personalizadas, mapas de fertilidade, modelagem do estágio de crescimento das plantas, dentre outras centenas de funcionalidades.

No Brasil, a Farmers Edge tem parceria com a Sumitomo, CNH Industrial e Fairfax Brasil Seguros Corporativos. Mas seus clientes, em sua maioria, são diretamente os produtores rurais.

Contatos

Maurício Moraes

Maurício Moraes

Sócio e líder do setor de Agronegócio, PwC Brasil

Dirceu Ferreira Junior

Dirceu Ferreira Junior

COO do PwC Agtech Innovation e sócio, PwC Brasil

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