Outubro 18, 2021.
A agfintech Traive, de crédito inteligente para o agronegócio, acaba de anunciar o recebimento de um aporte de US$ 17 milhões (aproximadamente R$ 95 milhões) em rodada de série A co-liderada pelas gestoras paulistas SP Ventures e Astella Investimentos.
O aporte envolve ainda players estratégicos, por meio de seus braços de Venture Capital, como Minerva VC, Syngenta Group Ventures, Serasa Experian VC e CSN Inova Ventures. Outro grande investidor internacional que participa da rodada é a Tiger Global.
Fabricio Pezente, co-fundador e CEO da startup, destaca que a empresa conta uma solução completa para conectar diretamente produtores e investidores finais, que provê da análise de risco da operação à gestão do portfólio do investidor e comercialização digital de recebíveis agrícolas.
“A Traive é uma plataforma financeira aberta que conecta, através de dados e tecnologia proprietários, toda a cadeia agrícola ao mercado de capitais, eliminando incertezas, aumentando eficiência operacional e diminuindo os custos de forma rápida e sustentável”, diz a descrição do site da startup.
Fundada nos EUA em 2018 e, desde então, com operação no Brasil, a Traive nasceu de um projeto de pesquisa nos laboratórios do Massachusetts Institute of Technology (MIT). A ideia por trás da sua criação era a necessidade de atrair mais capital privado para o financiar o agronegócio.
Com o novo aporte, a Traive pretende ganhar musculatura para expandir sua base de usuários e criar novas ofertas de produtos e serviços no Brasil, além de continuar investindo em tecnologia. “Da mesma forma que construímos alguns dos melhores challenger banks [bancos digitais para atender o varejo], o Brasil está construindo a indústria de serviços financeiros mais high tech do mundo para o produtor rural”, diz Francisco Jardim, da SP Ventures, em nota.
Em 2020, a SP Ventures já havia liderado outro aporte na startup, de US$ 2,5 milhões (aproximadamente R$ 14 milhões) no total. Na época, o investimento foi acompanhado pelas gestoras americanas Bread & Butter Ventures e Techstars e ajudou a reforçar o time da agfintech.
Durante o processo de captação, Pezente lembra que as startups costumam buscar primeiro o “capital semente” (seed) e direcioná-lo para pesquisa, desenvolvimento e validação de mercado, alçando depois o voo para a Série A, que as separa do seu grande ciclo de crescimento.
No Brasil, na última década, das 1.066 captações de startups nos estágios pré-seed e seed, apenas 281 caminharam para chegar à Série A. Destes, apenas 102 saltaram para o estágio seguinte, da Série B.
Apesar dos desafios, o CEO da Traive vê um futuro promissor para a startup. “Os investidores estratégicos que estão participando [da rodada] sabem do potencial do setor agrícola e da necessidade de digitalização melhor do que ninguém. Estamos finalmente colocando as startups agrícolas no lugar onde deveriam estar, dada a importância do setor para o Brasil”, diz Pezente.
*Com informações de assessoria de imprensa.