Agosto 24, 2021
Por Marina Salles
A VOA, startup de tecnologia de drones e pulverização agrícola, projeta um crescimento arrojado para o próximo biênio. Hoje com cerca de 60 drones, prevê saltar para 250 até o fim do ano que vem e 1 mil no fechamento de 2023. O modelo de atração de pilotos independentes e de franquias é o que sustenta a estratégia, somada a uma captação de recursos no mercado americano.
Por meio da plataforma WeFounder, de investimento coletivo, a VOA pretende captar até US$ 2 milhões. Nei Brasil, CEO da companhia, destaca que o capital deve ser alocado na força de vendas, contratação de pessoal técnico e ampliação do alcance da startup.
Hoje, a VOA monitora mais de 3 milhões de hectares em cana-de-açúcar e quer expandir sua atuação no mercado de soja, milho, algodão e hortaliças. Na sua plataforma, a VOA conta com cerca de 500 usuários cadastrados, que solicitam serviços ativamente, e quase 300 pilotos de drones.
Bacharel em Ciências Aeronáuticas pela PUC-RS, Nei Brasil fundou a VOA em 2018 nos EUA e abriu uma subsidiária em São José dos Campos (SP), onde se especializou na área de engenharia, no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Com o conhecimento adquirido, desenvolveu a tecnologia por trás dos drones da VOA, que hoje são fabricados por terceiros.
Desde o início, no entanto, a ideia não era simplesmente vender equipamentos, mas posicionar os drones como implemento conectado a uma plataforma de gestão e serviços, o que tem alavancado os negócios da VOA.
Pela plataforma da empresa, o agricultor pode marcar o talhão que quer tratar, contratar o serviço e receber um relatório da qualidade da aplicação.
O principal nicho que a VOA atende é o dos insumos biológicos, para o qual desenvolveu um dispenser específico no seu drone, que facilita a aplicação da vespa Cotesia, pulverizada nas lavouras de cana dentro de cápsulas.
No segmento de fertilizantes e defensivos químicos, o objetivo da empresa é otimizar as aplicações com o maior ganho ambiental possível, a partir de pulverizações localizadas de insumos.
Nei Brasil, CEO da VOA
Para dar vazão ao seu modelo de franquias e adesão de pilotos independentes, a VOA lançou uma Plataforma de Serviços, que conecta os agricultores e empresas fornecedoras de insumos a prestadores de serviço.
Para se tornar um piloto independente, o candidato a parceiro da startup precisa dispor de pelo menos 50% do seu tempo útil para atender os clientes da VOA e estar disposto a se deslocar em um raio de até 150 quilômetros da sua residência. A vigência do acordo de prestação de serviços é de, no mínimo, um ano. A relação prevê o co-investimento, da empresa e do piloto, em capacitação e inclui também o fornecimento e manutenção do drone agrícola para operar no campo. Uma vez na plataforma, o piloto começa a receber ordens de serviço na sua região.
Para garantir a qualidade das aplicações, os operadores passam por treinamento teórico e prático e são certificados pela VOA. “A parte prática é feita presencialmente, e o treinamento tem duração de 10 dias, sendo realizado bem próximo aos nossos instrutores”, diz Nei Brasil, que hoje conta com um time de 15 funcionários na startup.
Na frente de franquias, o franqueado homologado pela VOA pode estender seu raio de atuação. Hoje, a empresa atende, nesses moldes, a região de Rio Verde (GO), Cascavel (PR) e se prepara para expandir a operação também no interior de São Paulo, onde já atua por meio da subsidiária de São José dos Campos.