Cromai capta Série A da ordem de R$ 15 milhões com VC Baraúna e família Del Papa para entrar, de vez, em grãos e fibras

Após consolidação no segmento sucroenergético, em que segue se expandindo, startup vai apostar em novas culturas 

Dezembro 27, 2022

Por Marina Salles

A Cromai — agtech de inteligência artificial para a agricultura, cujo carro-chefe é um sistema que detecta plantas daninhas no campo — anuncia um novo investimento. A Série A contou com a participação da Baraúna Venture Capital e dos investidores pessoa-física Henrique e Luiza Del Papa, da Agropecuária Sucuri, produtores rurais da região de Morro Agudo (SP). 

O valor do investimento foi de cerca de R$ 15 milhões, de acordo com Guilherme Castro, CEO da Cromai. Os recursos serão alocados na expansão da Cromai no mercado sucroenergético e no início da operação em grãos e fibras. O negócio contou com a assessoria financeira da LKC Capital e jurídica da Silveiro Advogados.

Este investimento é o segundo a suportar o avanço da startup num prazo de menos de dois anos. Em maio de 2021, a Cromai levantou R$ 5 milhões em rodada de capital semente com a Stoller, recém adquirida pela Corteva, mas que continua a deter uma fatia minoritária da startup. “Como a Stoller agora pertence à Corteva, indiretamente, a Corteva tem essa participação minoritária na Cromai. Mas, na prática, ressalto que essa participação continua no nome da Stoller”, explica Castro.

Com sucessivos aportes financeiros e de smart-money, a Cromai pôde crescer quatro vezes em 2022 ante 2021 no que tange seu faturamento. Em área, saiu de 60 mil hectares monitorados em 2021 para 300 mil hectares em 2022, considerando as lavouras de cana-de-açúcar. 

Hoje, a startup atende mais de 15 de um total de 30 dos maiores produtores de cana do país. Num universo de 400 usinas de cana do Brasil, pretende conquistar uma carteira de aproximadamente 130 usinas até 2024. “Em dois anos, temos previsão de aumentar em 8 vezes nosso faturamento e, além da expansão em cana, pretendemos chegar a 1 mil produtores de soja no Brasil”, diz Castro.

A Cromai faz análises exaustivas da plantação e, em poucos minutos, consegue identificar cada daninha na lavoura, mesmo em pequenos focos (Imagem: Cromai)

Desde 2017, a Cromai tem o segmento de cana como seu principal mercado, e atende de usinas a distribuidores de insumos com um sistema que acusa a presença de ervas daninhas na lavoura. Agora, a solução de detecção de plantas daninhas atenderá também produtores de soja.

Oportunidade para os novos investidores

De acordo com a  Baraúna Venture Capital, a expectativa é que a Cromai se consolide como uma das principais empresas de tecnologia no agronegócio, tornando-se referência em recomendações de manejo e informações.

“A Cromai tem um time de tecnologia focado em inteligência artificial  muito diferenciado, que consegue entregar soluções com economia real para agricultor. Partindo daí vemos que poderá criar outras soluções que trarão eficiência para o manejo agrícola de 4.0”, diz Paulo Ciampolini, da Baraúna Venture Capital. 

Henrique Del Papa, novo sócio investidor da Cromai e produtor rural no Estado de São Paulo, conta do potencial que enxergou na startup. “A tecnologia sempre esteve presente em nosso principal negócio, a produção e fornecimento de soja e cana-de-açúcar. Quando me foi apresentado o projeto de Cromai para um dia de campo, vi na agtech um potencial de grande crescimento, não só por resolver uma dor real dos produtores, mas também como uma empresa de entregas de impacto”, diz. 

Além do olhar de investidor e usuário, com know-how para avaliar a tecnologia em ação no campo, Del Papa vai contribuir com sua expertise para liderar o desenvolvimento de negócios da agtech. Junto do anúncio do aporte, a Cromai também informou que ele assume o cargo de diretor desta área. 

Contatos

Maurício Moraes

Maurício Moraes

Sócio e líder do setor de Agronegócio, PwC Brasil

Dirceu Ferreira Junior

Dirceu Ferreira Junior

COO do PwC Agtech Innovation e sócio, PwC Brasil

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