Novembro 1, 2022
Um implemento automatizado, que distribui dois tipos de ração ao mesmo tempo possibilitando a transição das fases de crescimento/engorda dos suínos com a diluição diária da dieta nutricional, passará a ser usado na granja experimental da Embrapa Aves e Suínos, de Concórdia (SC).
O robô, da Roboagro, evita desperdícios com a alimentação e pode gerar uma economia de R$ 200 mil por lote de 3 mil animais — o que equivale a 10% dos custos com ração, de acordo com simulações da empresa, pioneira no desenvolvimento de robôs alimentadores de animais.
A tecnologia surgiu como uma resposta à transformação da suinocultura nacional, que tem como desafios a escassez de mão-de-obra no campo e o aumento de custos com alimentação animal, em operações cada vez maiores.
“A solução de eficiência está na granja e não na fábrica de rações. Temos que evoluir tecnicamente para promover sustentabilidade e eficiência econômica no setor”, diz o chefe-geral da Embrapa Aves e Suínos, Everton Luís Krabbe, em nota.
A parceria prevê que a Embrapa Aves e Suínos utilize o Roboagro Flex Feed para testes, validação de conceito e novos desenvolvimentos de sensores e dispositivos. A aproximação entre as duas empresas se deu na edição 2021 do InovaPork, quando a Roboagro foi vencedora com a solução robotização inteligente 4.0 na suinocultura de precisão.
Considerando que a ração corresponde a aproximadamente 80% dos custos de produção de suínos, o Roboagro Flex Feed é capaz de gerar uma economia considerável para produtores e integradoras, na medida em que controla o fornecimento de alimentos de forma inteligente.
Segundo Giovani Molin, diretor da Roboagro, no modo convencional de nutrição, a variação do peso dos animais em um mesmo alojamento pode chegar a 45%. “Com o Flex Feed, conseguimos tratar cada animal de acordo com seu desenvolvimento, evitando desperdícios, melhorando a qualidade da carne e flexibilizando a liberdade de escolha da dieta indicada para cada animal”, afirma, em nota.
Pelo modelo de negócios da Roboagro, o integrador não paga nada pelo implemento e a empresa recebe uma porcentagem sobre a economia gerada.
Além dos benefícios econômicos, a nutrição de precisão promove ganhos para o meio ambiente. Isso porque quando o animal se alimenta com excesso de nutrientes, a quantidade de dejetos na granja aumenta, produzindo mais gases que vão para a atmosfera. “Com uma dieta adequada, temos redução de 60% da excreção de nitrogênio e fósforo”, explica Molin.
Em uma simulação feita por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com o uso do Roboagro Flex Feed, considerando-se um robô em atividade, alimentando um lote de 3 mil animais, houve a mitigação de 67 toneladas de CO² por ano. Como base de comparação isso equivale à compensação de um plantio de 333 árvores.
Para Molin, a parceria com a Embrapa mostra a importância do desenvolvimento tecnológico para a suinocultura, unindo o conhecimento científico com a aplicação técnica dos conceitos de nutrição de precisão. “Muito nos honra essa união com a Embrapa, que vai trazer melhores práticas para o dia a dia das granjas, além de reduzir o impacto ambiental gerado pela suinocultura”.
Na visão de Krabbe, da Embrapa, a cooperação é o início do desenvolvimento de futuras gerações de robôs, que atualmente já possuem implementos para diluição de dois tipos de ração e medicação dos animais.
*Com informações da assessoria de imprensa