Regrow obtém aprovação de modelo para quantificar sequestro de carbono no solo nos EUA

Aprovação pelo Climate Action Reserve (CAR) vai dar escalabilidade a projetos de carbono na agricultura e parâmetro para comparação de diferentes iniciativas

Agosto 22, 2022

Por Marina Salles

A Regrow, startup americana de software que atua no mercado de carbono, anuncia um grande feito nos Estados Unidos, com a aprovação generalizada do seu modelo para quantificar o sequestro de carbono do solo e as emissões de gases de efeito estufa pela Climate Action Reserve (CAR) dentro do Protocolo de Enriquecimento do Solo (SEP, na sigla em inglês).

"No Brasil, o objetivo é conquistar, nos próximos meses, o certificado Verra, que certifica e registra a maior parte dos créditos de carbono negociados no mundo e é reconhecido no país, além de adaptar o modelo DNDC para as nossas condições de produção", diz Renato Rodrigues, Head da Regrow para a América Latina.

A Climate Action Reserve aprovou o modelo da Regrow para uso na maior parte dos Estados Unidos e para as principais culturas do país, incluindo milho, soja, sorgo, ervilha, trigo, cevada, centeio, aveia e outros. O CAR é o registro de compensação de referência para o mercado de carbono americano e também é aceito globalmente. No caso do Protocolo de Enriquecimento do Solo, trata-se de uma metodologia do CAR que fornece orientação sobre como quantificar, monitorar, relatar e verificar as práticas agrícolas que melhoram o armazenamento de carbono nos solos. Juntos, os dois mecanismos permitem estabelecer padrões de alta qualidade para projetos de carbono, supervisionar a verificação independente de terceiros, emitir créditos de carbono e rastrear a transação dos créditos ao longo do tempo em um sistema transparente e de acesso público.

Apoio à emissão de créditos em escala

Segundo a empresa, a validação do modelo representa um novo paradigma para a escalabilidade de projetos agrícolas de carbono nos EUA. A partir desta conquista, empresas que buscam reduzir as emissões de gases de efeito estufa por meio da agricultura agora podem construir programas utilizando o modelo da Regrow, e deixar de se preocupar com o desenvolvimento de metodologias próprias. 

“Os desenvolvedores de projetos agora poderão se concentrar no envolvimento com os agricultores e na construção de programas, contando com uma modelagem verificada, transparente e cientificamente rigorosa fornecida por um terceiro confiável, e o uso desse modelo permitirá a comparabilidade entre projetos, o que anteriormente não era possível”, explica a Regrow, em nota.

O modelo usado pela Regrow é o DNDC, que significa DeNitrification DeComposition, e foi desenvolvido para estimar os níveis de carbono do solo e quantificar as emissões e reduções de GEE. Tanto a DNDC quanto o produto que ela suporta, o MRV da Regrow, buscam facilitar o desenvolvimento de mercados ecossistêmicos escaláveis ​​para a agricultura. 

Para a Regrow, essa aprovação é um grande marco. “A aprovação do CAR permitirá que novos projetos avancem sem passar pela validação de modelo. Estamos empolgados para capacitar nossos parceiros e alavancar uma abordagem de quantificação aprovada pelo CAR SEP dentro do Regrow MRV, que vai acelerar a transição da agricultura para emissões líquidas zero de maneira transparente e confiável”, diz a CEO da Regrow, Anastasia Volkova, em nota.

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Maurício Moraes

Maurício Moraes

Sócio e líder do setor de Agronegócio, PwC Brasil

Dirceu Ferreira Junior

Dirceu Ferreira Junior

COO do PwC Agtech Innovation e sócio, PwC Brasil

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