Dezembro 22, 2023
Júlio Bertoni, CEO da BiomCrop (Foto: BiomCrop)
Por Fernanda Cavalcante*
A BiomCrop – biotech que oferece soluções específicas para cada tipo de solo, microbioma e cultura – encerrou seu segundo ano de operações com resultados positivos no mercado. Atendendo aproximadamente 15 grandes grupos agrícolas, em 100 mil hectares, já estabeleceu a meta de expandir a operação a nível Brasil em 2024, quadruplicando a sua área de influência.
O foco para o ano que vem é direcionar investimentos para fortalecer a equipe comercial em novas geografias, além do Estado de São Paulo, onde tem grande penetração. Hoje, a startup também atua no Nordeste e Centro-Oeste e quer crescer, ainda, mais, em Mato Grosso. “Já estamos presentes em cerca de 100 mil hectares no Brasil, e almejamos que com o crescimento da equipe e a expansão geográfica, possamos atingir entre 350 e 400 mil hectares, representando um crescimento de mais de três vezes da área em que atuamos”, diz Júlio Bertoni, CEO da BiomCrop.
“A nossa história aconteceu e continua a se desenrolar em uma velocidade acelerada. Em dezembro de 2021, iniciamos a construção da nossa empresa. Em março de 2022, ela já estava pronta e operando. Desde então, alcançamos grandes grupos e usinas, principalmente no Estado de São Paulo”, diz o CEO.
Os produtos desenvolvidos pela biotech são considerados condicionadores de solo, sendo utilizados como bio repositores e bioativadores da diversidade e atividade biológica. Segundo o CEO, o foco está em aprimorar a eficiência das plantas, melhorando o aspecto da absorção de nutrientes e sanidade, que contribuem para a agricultura regenerativa. A tecnologia pode ser utilizada em qualquer cultura, embora grandes grupos de soja, milho, algodão e cana-de-açúcar puxem as vendas.
Atualmente, a empresa oferece três soluções nesse sentido. Uma delas, seu carro-chefe, que é um produto farelado (Probiom) utilizado para alimentar microrganismos, que regula sua multiplicação contínua no sistema produtivo e garante diversidade. Além disso, conta também com um biorrepositor (Metabiom), para uso no contexto de produção de mudas, e um bioativador (Bioma-XP), com alta concentração de algas nativas de clima tropical, que contribui para o equilíbrio das plantas e do solo.
Em 2024, a expectativa é que sejam desenvolvidos novos produtos, já que um dos diferenciais da empresa é a parceria estreita com centros de pesquisa e universidades renomados, tais como Embrapa, Ufscar, Esalq-USP, Unesp e Fundação MT. “Tudo o que desenvolvemos é validado em laboratório e em campo dentro desses centros de pesquisa”, afirma Bertoni. Sem entrar em muitos detalhes, por enquanto, ele conta que os lançamentos devem vir de categorias como multimetabólicos, bionematicidas e biodisponibilizadores de fósforo.
Para levar sua tecnologia até a ponta, a BiomCrop trabalha com o seguinte modelo de negócio: um programa desenvolvido internamente para fabricação on-farm de insumos biológicos. A iniciativa tem duração mínima de 3 anos e, durante esse período, a empresa disponibiliza toda a estrutura para produção automatizada de biofertilizantes e o cliente investe na biotecnologia Probiom, que tem o papel de garantir o equilíbrio de produção do sistema
Por meio desse sistema de produção de fertilizantes on-farm, os produtores conseguem multiplicar localmente microrganismos nativos da sua região, a fim de restaurar a biodiversidade que possa ter sido afetada ao longo do tempo nas áreas agrícolas.
A produção on-farm é baseada no conceito dos 3Bs, que compreendem a biotecnologia, biogeografia e bio monitoramento. Para isso, cada pilar opera da seguinte forma:
Célula regenerativa BiomCrop: em verde está a central de operações que automatiza as operações para produção (Foto: Biomcrop)
Bertoni explica que, após a construção da célula regenerativa BiomCrop, o condicionador de solo fica pronto para utilização em um prazo de 15 dias, sendo que esse sistema de multiplicação possibilita a aplicação em larga escala. “O sistema é elaborado conforme a necessidade do cliente. Independentemente do tamanho do sistema, é possível fazer a retirada de 10% do volume total a cada 8 horas. No entanto, tudo isso é feito automaticamente pelo centro de comando presente na célula de produção”, diz o CEO.
Para garantir a eficácia do sistema, a biotech conta com uma equipe de campo que visita os clientes conferindo semanalmente o fluxômetro e o estoque. Porém, o próprio sistema digital envia informações se o reabastecimento está sendo feito adequadamente. Em 2024, a proposta é expandir a oferta desse serviço, que vem complementar a linha de produtos da startup, que também não para de crescer.
*Com edição de Marina Salles