Março 10, 2023
O objetivo da Eiwa é conectar os silos de informação dentro das empresas para acelerar a chegada de novos produtos ao mercado (Imagem: CNA/Wenderson Araujo/Trilux)
Por Marina Salles
A agtech argentina Eiwa, que opera com a gestão de dados de P&D fruto de ensaios de melhoramento de sementes e insumos para multinacionais, anuncia um investimento de Série A (de valor não revelado) liderado pela gestora de Venture Capital americana Serra Ventures. Nicolas Otamendi, CEO da Eiwa, afirma que os recursos serão direcionados a expandir o alcance da startup e beneficiar um número maior de agricultores em todo o mundo. “O compromisso da Eiwa em melhorar o gerenciamento de dados agronômicos é incomparável, e a empresa está pronta para continuar liderando uma transformação no setor agrícola”, afirma Otamendi, em nota.
A expansão passa por um reforço na presença da Eiwa nos mercados da América do Norte, América Latina e especialmente o Brasil. Como resultado disso, espera-se que a empresa atraia mais clientes que operam no desenvolvimento de insumos buscando melhorar seu gerenciamento de dados agronômicos e acelerar o desempenho dos seus canais de vendas.
Hoje, o carro-chefe da Eiwa é a plataforma Eiwa Vault, um ecossistema de dados hospedado em nuvem que cruza informações de satélites, máquinas, drones, estações meteorológicas e apontamentos feitos a campo para auxiliar no desenvolvimento da ciência e inovação para a agricultura. A ferramenta permite acompanhar toda a safra experimental, do planejamento à execução de testes e análise de dados. O objetivo da startup é conectar os silos de informação dentro das empresas (P&D, marketing, vendas), para acelerar a chegada de novos produtos ao mercado.
O aporte da Serra Ventures vem acompanhado de smart-money. A gestora, fundada em 2008 nos EUA, já investiu em mais de 100 empresas de estágio inicial, focadas em resolver problemas específicos com tecnologia de ponta. Na sua filosofia, o coaching dos empreendedores é um dos pilares de geração de valor para as investidas.
No caso da Eiwa, o aporte foi realizado por meio do Serra Capital Ag Tech Fund, que já tem outras 19 startups do setor de agronegócios, alimentação e tecnologia no portfólio. Entre elas, estão foodtechs como a Cumin Club (de refeições indianas pré-prontas) e Food Maven (de inteligência artificial para o foodservice), além de agtechs com soluções diferenciadas. É o caso da Hypercell Technologies (que acompanha a proliferação de doenças em animais de produção para evitar o surgimento de novas pandemias) e Veritas (que produz substratos para plantio de hortaliças e berries em sistema de agricultura vertical usando rejeitos de outras indústrias, como a de água de coco).
A gestora elenca como critérios de escolha das startups no seu portfólio: times com forte experiência técnica, empresas com modelo de negócios gerador de caixa, produtos com demanda comprovada, base de clientes relevantes e aposta em tecnologias patenteadas ou com barreira de entrada clara para novos concorrentes.