Dezembro 12, 2023
A tecnologia oferecida pela startup de Uberaba (MG) gira em torno de um aplicativo de manejo de pastagens (Imagem: AIRed Geotecnologia)
Por Fernanda Cavalcante*
A AIRed Geotecnologia – startup de Uberaba (MG) que desenvolve soluções digitais com ênfase no manejo de pasto – está com uma rodada de investimento pré-seed aberta capitaneada pela Criabiz Angels. A expectativa é levantar R$ 600 mil, atraindo investidores que podem aportar um cheque mínimo de R$ 45 mil. Na atual rodada, o valuation da AiRed foi calculado em R$ 9 milhões. Até o momento, a startup já captou R$ 315 mil, 55% do total esperado, por meio de um aumento na participação de dois investidores pessoa física da agtech que fizeram follow-on.
Após a conclusão desta rodada, o foco será em acelerar o crescimento da startup, expandindo o time, aprimorando processos e escalando o negócio, que gira em torno de um aplicativo de manejo de pastagens. Nesse último ano, a startup registrou um crescimento expressivo com a tecnologia.
Em janeiro, atuava em 5 fazendas e chega a dezembro com a marca de 102 propriedades ativas. De acordo com Thiago Quinaia, Coordenador de Operações da AiRed, esse aumento demonstra o valor percebido da solução, que chamou a atenção do mercado.
“Existe um mercado enorme em que podemos atuar. Realizamos um estudo usando dados do IBGE e concluímos que há um total de 2,6 milhões de fazendas com mais de 5 hectares focadas em bovinos, ovinos e caprinos. Entre essas fazendas, estimamos que 50% deve utilizar algum tipo de tecnologia. Nosso objetivo é alcançar 5% desse grupo até 2030, o que representa cerca de 65 mil fazendas”, diz.
A tecnologia da AiRed é focada na gestão pecuária e mira um dos principais desafios do setor: determinar o momento ideal para entrada e saída de animais no pasto. Quinai enfatiza que o diferencial da solução está na simplicidade do aplicativo, criado pensando em quem trabalha no dia a dia da fazenda e demanda agilidade na tomada de decisão.
Para indicar ao produtor ou vaqueiro o momento ideal de saída dos animais de determinado piquete, o aplicativo requer a inserção de algumas informações. São elas: identificação do piquete, quantidade de animais no lote que vai ocupar o piquete, peso médio do lote e altura do capim na entrada. A inserção dos dados no aplicativo pode ser feita sem a necessidade de conexão com a internet.
Em média, a startup estima que a tecnologia entrega uma altura de saída do pasto com variação de 2 cm a 4 cm do ponto ideal, para mais ou para menos, com base nos feedbacks dados pelos usuários.
Além de orientar a movimentação dos animais, a tecnologia também tem ajudado no melhor dimensionamento do tamanho do lote em função da oferta de capim nos pastos da fazenda.
“Os produtores que utilizam a tecnologia estão nos dando o feedback que têm acertado muito mais o momento de entrada e saída dos animais de cada pasto, além de conseguir coordenar o tamanho do lote em cada piquete da propriedade”, diz Quinaia
A startup atua em dois segmentos de mercado, atendendo tanto o público B2C quanto o B2B. No modelo B2C, o produtor rural contrata um plano mensal, cobrado de acordo com o tamanho da sua área de pasto que vai ser monitorada. Já no modelo B2B, a AiRed conta com pacotes de licença, em que cada licença atende um cliente da empresa contratante ou do consultor que contrata a startup.
Hoje, dos 102 usuários presentes na plataforma da AiRed, 19% são produtores rurais, 51% são empresas que fornecem a tecnologia para seus produtores e 30% são consultores. Em sua rodada de investimentos, a intenção da AiRed é atrair capital financeiro e “smart money” para continuar ampliando a base de clientes, seja no B2B ou B2C.
*Com edição de Marina Salles