Nui Markets e Flex Trading lançam marketplace de comercialização de biocombustíveis no Brasil

A plataforma Nui Marketplace Brasil já está operando com a compra e venda de etanol e biodiesel e prevê movimentar até 400 mil m³ de biocombustíveis por ano

Maio 9, 2023

Da esq. para a direita: Regan Robinson, Kevin O'Sullivan e Ashley Honey, da Nui Markets, ao lado de Eduardo Aromatis, da Flex Trading

Por Marina Salles

A plataforma global de negociação de commodities Nui Markets, com sede na Nova Zelândia, e a empresa brasileira Flex Trading estão lançando a Nui Marketplace Brasil, que vai fazer a ponte entre compradores e vendedores de biocombustíveis.

Por meio de uma joint-venture, a startup internacional e a trading local passam a explorar um mercado que gira em torno de 29 bilhões de litros de etanol e quase 6,5 bilhões de litros de biodiesel por ano no mundo físico. A expectativa é que, com a aceleração da digitalização no agronegócio, a plataforma possa movimentar cerca de 300 mil a 400 mil m³ de biocombustíveis ao ano no médio prazo. Hoje, a carioca Flex Trading se posiciona como intermediária na cadeia, entre as usinas e as distribuidoras de biocombustíveis, e movimenta de 50 mil a 70 mil m³ ao ano como broker.

Com tradição no mercado de leite e carnes no exterior e uma tecnologia que já atende mais de 450 empresas em 62 países, a Nui Markets começou a flertar com o mercado brasileiro há três anos. Durante a pandemia, o contato com a Flex Trading se intensificou e também o apetite por investir no digital no país, com os players mais dispostos a interagir virtualmente. Desde sua fundação, em 2012, a Nui Markets movimentou cerca de US$ 1 bilhão em produtos agrícolas online, impulsionada pelo crescimento da comercialização via marketplace

Transformação do mercado

No Brasil, hoje a maior parte da comercialização de biocombustíveis ainda se dá por telefone, WhatsApp e e-mails, lembra Eduardo Aromatis, fundador e CEO da Flex Trading, e o objetivo é justamente mudar essa realidade. “Estamos seguindo uma tendência de comercialização online que cedo ou tarde alguém implementaria no mercado de biocombustíveis. Escolhemos a Nui para ser nossa parceria porque eles têm uma tecnologia pronta para uso”, diz.

A plataforma global — criada para conseguir atender qualquer tipo de commodity e realidade fiscal — foi adaptada às necessidades específicas do mercado de biocombustíveis brasileiro. Pelo Nui Marketplace Brasil, compradores, vendedores e traders conseguem saber, por exemplo, o preço final da sua operação, incluindo ICMS em transações entre Estados.

“Nossa proposta de valor não é apenas uma ótima tecnologia. O que nos diferencia é a natureza específica de cada plataforma, adaptada para uma categoria ou setor e construída com profundo conhecimento e experiência sobre como cada mercado opera”, explica Kevin O’Sullivan.

Entre outros benefícios que a plataforma entrega, O’Sullivan destaca a inteligência operacional e a transparência dos preços. “Acreditamos que a Nui Marketplace Brasil vai transformar o mercado porque traz insights a partir de como os usuários interagem na rede; dá transparência aos preços praticados; compliance e conveniência para os players grandes e pequenos”, afirma. Para garantir a segurança das operações, o CEO afirma que cadastros de novos usuários são submetidos a uma validação.

Esta não é a primeira vez que a Nui Markets faz uma JV. Em 2017, a empresa entrou em uma sociedade com a europeia Trigona, trader de leite e derivados, para formar o marketplace DAO.EU. Em 2022, a Nui comprou a participação da Trigona no negócio.

O’Sullivan reforça que, no Brasil, ter um player local como sócio traz vantagens competitivas imensuráveis. “A Flex Trading tem total conhecimento do mercado, domina o idioma e os relacionamentos comerciais. Estamos muito entusiasmados com a parceria”, diz. Ashley Honey, vice-presidente sênior da Nui, que fez a abertura de mercado com o sócio brasileiro, agora passa o bastão para Regan Robinson, que apoiará a operação de Buenos Aires, na Argentina.

Contatos

Maurício Moraes

Maurício Moraes

Sócio e líder do setor de Agronegócio, PwC Brasil

Dirceu Ferreira Junior

Dirceu Ferreira Junior

COO do PwC Agtech Innovation e sócio, PwC Brasil

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