Solinftec atinge receita de R$ 275 milhões e segue movimento para Série C

A startup, líder em soluções de inteligência artificial e práticas agrícolas sustentáveis, foca em breakeven das operações em 2023

Fevereiro 10, 2023

A startup, líder em soluções de inteligência artificial e práticas agrícolas sustentáveis, foca em breakeven das operações em 2023

Por Carolina Mainardes

Com um ano considerado histórico pela companhia, a Solinftec fechou 2022 com faturamento da receita recorrente (ARR) de R$ 275 milhões – mesmo abaixo da meta de R$ 300 milhões projetada para o período, foi um avanço nunca visto até então. “O crescimento que tivemos nos três grandes negócios – cana, grãos e fibras, e culturas perenes – em um ano, praticamente atingiu o resultado acumulado de dez anos”, avalia Emerson Crepaldi, chefe de Operações (COO) da Solinftec para a América do Sul, referindo-se ao montante movimentado desde a fundação da companhia, em 2007, até 2017. Para 2023, a meta é crescer mais de 20% e atingir o breakeven das operações.

Emerson Crepaldi, chefe de Operações (COO) da Solinftec: “o mercado está aberto e a gente está avaliando vários investidores e fundos” (Foto: Divulgação)

A projeção foi apresentada por Crepaldi em uma coletiva à imprensa, nesta quinta-feira (09/02). O COO confirmou que a Solinftec segue de olho na Série C, o que mantém a expectativa de a empresa se tornar um dos primeiros unicórnios entre as startups brasileiras: “o mercado está aberto e a gente está avaliando vários investidores e fundos”. A empresa analisa quais investimentos vêm ao encontro da rota de crescimento projetada para os próximos 5 anos. “Um cenário com maturidade financeira ajuda a gente a ter um olho mais clínico em relação a qual tipo de investimento é importante para a Solinftec”, afirmou.

O grupo já tem como investidores de venture capital a Lightsmith Group, a Unbox Capital e o fundo americano Blue like an Orange Sustainable Capital, fortalecendo o posicionamento da startup na oferta de soluções para ajudar a minimizar os impactos da mudança climática.

Crepaldi acrescentou que o mercado de investimentos passou por uma remodelagem no ano passado, devido ao cenário econômico mundial. “Mas a gente estava preparado para esse movimento”, destacou.

Plano de crescimento

A startup segue com a estruturação de seu plano de crescimento, que desde 2016 corresponde a um percentual médio de 50% ao ano, com foco em estratégias de breakeven – quando a empresa atinge o equilíbrio entre as receitas e as despesas. Esse status, para o COO,  coloca a agtech em uma posição diferente, com característica de startup, porém, como uma empresa financeiramente sustentável.

O plano também contempla a retenção do time de profissionais que fazem parte da empresa: “esse é nosso maior bem, as pessoas que desenvolvem as soluções e que estão na linha de frente com os produtores”.

O volume adicionado ao ARR em 2022 foi próximo de R$ 100 milhões, o que representa um crescimento de 40% em relação ao volume obtido em 2021, quando o valor adicionado foi de R$ 60 milhões. “Tivemos um crescimento bem agressivo, apesar de todo cenário macroeconômico de 2022”, enfatiza Crepaldi.

A partir deste ano, a empresa aposta na sinergia entre os seus produtos, além de novas soluções agronômicas para ampliar as possibilidades de ganhos operacionais aos produtores rurais.

12 milhões de hectares monitorados

A Solinftec monitora atualmente 12 milhões de hectares distribuídos entre Brasil, Estados Unidos, Canadá e América Latina. A empresa brasileira, líder em soluções de inteligência artificial para o agronegócio e práticas agrícolas sustentáveis, monitora mais de 90% das lavouras brasileiras de cana-de-açúcar, além de atuar no país com grãos, fibras e culturas perenes, como citros, café e florestal.

Só no Brasil, são cerca de 4 milhões de hectares de produção de soja, milho e algodão em pequenas, médias e grandes propriedades. “A solução que um grande produtor usa hoje é a mesma solução de um pequeno ou médio produtor, que as utilizam com a mesma aderência”, comenta Crepaldi.

Além de estratégias agressivas para atingir os clientes das categorias médio e pequeno, a empresa vai priorizar, neste ano, a expansão das tecnologias agronômicas para a cana e a atuação de maneira efetiva nas soluções para grãos e fibras em oito novos estados do Brasil – regiões abertas pela companhia em 2022. Segundo o COO, a área de monitoramento de grãos cresceu 1 milhão de hectares no ano passado. “Vamos superar essa área este ano”, ressalta. Além disso, a empresa quer consolidar a atuação nos segmentos de culturas perenes – café, citros e florestal, setor em que o destaque é para Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.

No exterior, os Estados Unidos – país em que a agtech conta com 144 mil acres implantados -, continuam como presença forte nos projetos para 2023. Os números globais da companhia ainda contemplam em torno de 45 mil máquinas agrícolas monitoradas e mais de 12 mil estações climáticas em campo. “Nosso objetivo é que, por meio das soluções da Solinftec, as equipes nas fazendas tomem decisões com ainda mais agilidade tendo como base dados e informações em tempo real, geradas por nossa inteligência artificial”, explica Crepaldi.

Plataforma robótica

Um dos destaques da startup é o Solix Ag Robotics, plataforma robótica autônoma, que  teve as primeiras unidades comercializadas a clientes que estão desenvolvendo, por meio da inteligência artificial, melhorias em indicadores agronômicos, como a descoberta de pragas ainda em seu estágio inicial. “Até o final do primeiro semestre, a Solinftec terá consolidado os primeiros insights gerados pela plataforma nas safras de grãos e fibras”, diz o chefe de Operações da empresa.

A plataforma robótica captura imagens do cultivo agrícola por meio de câmeras e sensores multiespectrais. A partir daí, tem condições de identificar pragas, doenças, qualidade do cultivo, analisar a nutrição e saúde de cada planta.

A expectativa da Solinftec para 2023 é de crescimento, com boas perspectivas também em relação às políticas públicas de inovação no Brasil, porém, sem considerar esse um aspecto  crucial para o desenvolvimento da startup. “Não é um ponto que nos limite”, afirma o COO da companhia.

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Maurício Moraes

Maurício Moraes

Sócio e líder do setor de Agronegócio, PwC Brasil

Dirceu Ferreira Junior

Dirceu Ferreira Junior

COO do PwC Agtech Innovation e sócio, PwC Brasil

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