Eduardo Astrada, CEO da Agrotoken (Foto: Agrotoken)
Por Fernanda Cavalcante
A Agrotoken, startup Argentina, nasceu com o objetivo de transformar commodities agrícolas em ativos financeiros, permitindo que o produtor rural use os tokens como forma de pagamento ou para acessar financiamento. Desde 2021 até agora, a startup já tokenizou 230 toneladas de grãos, principalmente de soja, milho e trigo, e atendeu mais de 3 mil propriedades rurais.
A solução da agrotech, vai para além dos tokens, conectando produtores rurais e fornecedores de forma efetiva, ao criar um meio de pagamento que facilita as transações entre os elos da cadeia. “O desafio é sincronizar o fluxo de caixa dos produtores com as suas necessidades de compra, para equilibrar tempos e orçamentos e, para isso, contamos com a ajuda não dos fornecedores, mas dos provedores de liquidez”, afirma Eduardo Astrada, CEO da Agrotoken.
Os provedores de liquidez são um perfil essencial no ecossistema da startup, para manter a engrenagem girando. Estamos falando de bancos e fundos de investimento capitalizados, que alimentam essa rede de transações.
Entre os parceiros da Agrotoken nessa frente, estão: Broto, VISA, Bunge, CNH, SLC Máquinas, Ciarama, Raizen, Polkadot, Algorand e outros.
Novos modelos de negócio
Astrasa explica que a interação com diversos atores do ecossistema possibilitou a criação de novos modelos de negócio para a Agrotoken – o que amplia ainda mais seu portfólio. "Nós percebemos que poderíamos utilizar o blockchain, que já usamos para os tokens, para atender à demanda do mercado por rastreabilidade e origem dos produtos", diz.
Astrasa afirma que o diferencial da Agrotoken está justamente na sua solução inovadora e o seu conhecimento do mercado, que garantem o sucesso, nos bastidores, da sua plataforma blockchain. “Nós sabemos criar ativos digitais de forma muito eficaz e validar e pesquisar as informações certas. Hoje, nós entendemos o mercado e sabemos qual informação é relevante e confiável”, diz.
Uma vez estando próxima de grandes players do setor, a startup percebeu a demanda por soluções mais customizadas. Assim, passou a fornecer sua tecnologia nos mesmos moldes e com os mesmos recursos empregados para desenvolver o modelo interno para terceiros.
"Hoje nós temos projetos em conjunto com os clientes, onde nós oferecemos basicamente a infraestrutura padrão da Agrotoken, quase como um produto white label, permitindo que a empresa conte com nossa expertise e consultoria", afirma Astrasa. Ao todo, são 12 os projetos em curso nessa nova frente, que dá assistência a outras empresas, por exemplo, com transações com commodities e rastreio da procedência dos produtos.
Outro modelo de negócio, já consolidado pela Agrotoken, é seu cartão de crédito Visa – que permite comprar qualquer produto ou serviço com os tokens em qualquer lugar do mundo. Cada token corresponde a 1 tonelada de ativo agrícola, e o preço do cripto ativo segue os índices aceitos por todo o mercado para cada commodity. Astrasa brinca: “Se você quiser comprar uma carne no açougue você vai conseguir, da mesma forma que, se você quiser comprar um ursinho de pelúcia na Disney, o cartão também irá passar”.