Para a edição 2023 da “Pesquisa #MulheresQueInovamOAgro”, convidamos mulheres atuantes em todas as etapas da cadeia do agronegócio para nos ajudar a traçar, com suas respostas a um questionário virtual contendo 25 perguntas, um recorte da atuação feminina no setor.
O objetivo foi detalhar os principais desafios e oportunidades apontados, a fim de dar luz ao cenário atual e construir, de forma propositiva com todos os atores do ecossistema de inovação, o futuro do agronegócio que queremos, mais competitivo, inclusivo e sustentável.
Entre os dias 15 de agosto e 10 de setembro de 2023, realizamos uma série de ações de divulgação – incluindo entrevistas para a imprensa, convites individuais, disparos em grupos de WhatsApp e eventos presenciais, com amplo apoio do ecossistema — que nos permitiram alcançar o marco de 838 respondentes da Pesquisa #MulheresQueInovamOAgro, promovida pelo Agtech Innovation.
As #MulheresQueInovamOAgro são altamente instruídas
As #MulheresQueInovamOAgro são altamente instruídas, sendo que 64,5% delas têm, no mínimo, pós-graduação.
Ao todo, 55,3% das respondentes disseram ter iniciado suas carreiras no setor, enquanto 44,7% que fizeram transições de carreira. Independentemente do caminho percorrido até chegar ao agro, hoje pouco mais de um terço das respondentes atua em áreas administrativas do setor (37%).
Entre as respondentes, houve uma predominância de mulheres em cargos de liderança e gestão. Quase um quarto delas se identificou como proprietária ou co-fundadora de empresas (21,1%) e o percentual se manteve alto para cargos de gerência (18,9%) e especialista (16,8%). As coordenadoras (10,7%) e diretoras (6,6%) também tiveram representatividade na amostra. As estagiárias são 1,8% das respondentes e as estudantes, 3,2%. As mulheres na operação somaram 12,1% e 8,8% se identificaram na categoria outros.
As #MulheresQueInovamOAgro ao longo da cadeia
A prestação de serviços (34%), desenvolvimento de tecnologias (22,9%), produção agrícola (19%) e pesquisa e desenvolvimento científico (18,6%) aparecem no TOP 5 de atividades.
Falando do TOP 10, temos: produção pecuária (12,9%); produção de insumos (11,9%); comercialização e distribuição (9,8%); agroindústrias/indústria de transformação (9,7%); mercado consumidor (6%) e tradings (4,4%) — demonstrando que as mulheres estão presentes em toda a cadeia do agro, do campo à mesa do consumidor.
Independente do seu grau de instrução, tamanho da corporação, do elo da cadeia ou da posição hierárquica, as Mulheres que decidiram fazer carreira no agronegócio estão sujeitas a desafios.
acreditam no agro por considerar que o setor é forte na economia brasileira (63,8%), é responsável por alimentar o mundo (59,7%) e tem grande espaço para desenvolvimento (35,2%), além de oferecer ampla possibilidade de aplicação de tecnologia (20%), ser capaz de suportar a vida no planeta (20%) e ter potencial alto de impacto positivo para o meio ambiente (8,7%), conforme as alternativas disponíveis para expressarem sua opinião.
Na visão delas, o principal desafio para promover a inovação no agronegócio está na mudança cultural (69,8%) e na capacitação das pessoas (58,75), que são estruturais para edificar o futuro do setor.
Uma coisa é certa, as #MulheresQueInovamOAgro têm plena clareza de que vivem num cenário em transformação – em que o engajamento de toda a sociedade é necessário e bem-vindo – mas o sentimento ainda é de que a luta pela equidade de gênero depende, sobretudo, da ação delas.
Quando o assunto é a origem da transformação no cenário em que vivemos hoje, a esmagadora maioria credita os avanços recentes à mudança no comportamento das mulheres, com maior independência (84,4%) e à maior união entre as mulheres (54,1%).
Outros 40,7% são atribuídos a ações de inclusão em empresas privadas; 24,2% à transformação social desde as escolas, outros 24% a políticas públicas de equidade de gênero e 22,7% ao apoio financeiro ao empreendedorismo feminino. Apenas 13,7% das entrevistadas acreditam que a transformação em curso também tenha relação com a mudança no comportamento masculino.