As empresas estão sempre em busca de novas formas de acelerar o crescimento e cortar custos. A diferença é que, hoje, quem ignora os vetores de valor da sustentabilidade corre o risco de ficar para trás enquanto concorrentes capturam oportunidades, antecipam riscos e conquistam vantagem competitiva real. Este relatório aprofunda como empresas que enxergam além do discurso climático estão transformando dados, inovação e eficiência em resultados tangíveis.
Para navegar com clareza, é preciso entender onde está o valor e para onde ele flui. Identificamos cinco vetores interconectados que moldam a competitividade das empresas: riscos climáticos, regulamentação, estratégia de energia, cadeias de suprimento e incentivos fiscais. Em comum? Todos dependem de dados integrados, visão estratégica e decisões rápidas.
Riscos climáticos já afetam custos, margens e continuidade operacional. Eventos extremos, volatilidade de insumos e interrupções nas cadeias deixam de ser hipóteses e se tornam impactos financeiros imediatos. Quem antecipa esses riscos e reforça a resiliência protege a receita, evita perdas e converte o preparo em vantagem competitiva.
A nova regulação climática e de transparência redefine os padrões de mercado. Obrigações de disclosure, regras para cadeias globais e mecanismos como tarifas de carbono influenciam preços, acesso a mercados e atratividade para investidores. Estar em conformidade deixou de ser defensiva. É estratégia para competir globalmente e capturar valor.
Mudanças no sistema energético exigem eficiência, geração própria e gestão inteligente da demanda. Empresas que investem em tecnologias limpas, autonomia energética e modelos inovadores reduzem custos, estabilizam as operações e geram novas receitas. A energia deve ser encarada como um ativo estratégico.
Transparência e responsabilidade ganharam força. Pressões regulatórias e riscos climáticos exigem o mapeamento de fornecedores, a rastreabilidade e práticas sustentáveis. Organizações que reestruturam suas cadeias reduzem desperdícios, previnem rupturas, evitam penalidades e aumentam a competitividade em mercados sensíveis a critérios ESG.
Governos estão canalizando recursos massivos para acelerar a transição para uma economia de baixo carbono. Empresas que dominam mecanismos de incentivos, subsídios e financiamentos conseguem financiar a transição, reduzir o capex, acelerar a inovação e destravar projetos estratégicos. Capturar incentivos hoje significa garantir eficiência e vantagem amanhã.
Daniel Martins
Sócio e líder da indústria de Energia e Serviços de Utilidade Pública, PwC Brasil