Minerando inteligência de risco para fornecer insights com aplicação prática

Num mundo em que a norma é o equilíbrio entre prioridades estratégicas concorrentes e riscos em evolução constante, os CEOs e os conselhos de administração precisam ter certeza de que os executivos de toda a organização estão tomando decisões coerentes com o apetite a risco. Eles precisam de barreiras de proteção e métricas para sinalizar quando o apetite a risco está muito alto ou quando há mudanças nos riscos críticos. Esse nível de percepção não apenas ajuda os líderes a mitigar o risco. Ele também permite tomar decisões que podem aumentar os retornos ajustados a risco e transformar o risco em oportunidade.

As empresas estão começando a aumentar sua capacidade de análise de riscos para extrair inteligência utilizável e fornecer insights com valor estratégico de negócios. Tomemos, por exemplo, a seguinte situação: um diretor financeiro (CFO) procura gerenciar efetivamente as expectativas dos acionistas em um ambiente inflacionário, com custo de vida aumentando. Ao mesmo tempo, o CEO assume o compromisso com o mercado de manter os preços estáveis. Já com os funcionários compromete-se a proporcionar um ambiente para crescimento. Os fornecedores se sentem pressionados. Terceiros com interesse na rentabilidade da empresa exercem pressão. Esses executivos da alta administração precisam que sua equipe de análise de riscos esteja alinhada com as prioridades estratégicas e seja capaz de fornecer insights que permitam concretizar os objetivos.

O papel do CEO na mineração de inteligência de risco 

Ter um bom conhecimento do negócio e compreender os desafios estratégicos é fundamental para a equipe de análise de riscos fazer uma mineração bem-sucedida de inteligência de risco com aplicação prática. A análise de riscos também precisa estar incorporada ao ecossistema analítico mais amplo para poder usar os recursos de forma mais eficaz e eficiente. Normalmente, são necessárias grandes mudanças culturais em todos os segmentos para levar a análise de riscos para o âmbito estratégico da organização. Os CEOs podem ajudar de diversas maneiras a alcançar esse objetivo.

Princípios para guiar a jornada

À medida que as organizações começam a aumentar a sua capacidade de análise de riscos, certos princípios orientadores podem ajudar a garantir que os dados extraídos e analisados produzam inteligência que possa ser aplicada na prática.

1) Garantir que a análise de riscos seja conduzida por insights de negócios

No passado, a análise de riscos era muitas vezes desenvolvida por profissionais de riscos e tecnólogos com base no que eles consideravam interessante e no que as ferramentas eram capazes de fazer, o que muitas vezes resultava em análises que o negócio não necessariamente exigia. A diretoria e a equipe de análise de riscos devem desenvolver juntas perspectivas sobre os conjuntos de dados que precisam ter para tomar decisões importantes. Precisam, portanto, indicar quais análises podem ser úteis na tomada de decisões. Talvez seja difícil transformar uma função orientada por tecnologia e por testes de hipóteses em uma função orientada para o negócio. Isso requer visão, mentalidade e um conjunto de habilidades diferentes da equipe. Porém, traduzir problemas e necessidades de negócios em análises adequadas de riscos é uma das capacidades mais importantes da equipe de análise de riscos. 

2) Entregue valor rapidamente

As equipes de análise de riscos podem acabar dedicando muito tempo a desenvolver seu modelo operacional, formar uma equipe, obter ferramentas e tecnologias, limpar dados, impor a governança e construir modelos. Quando finalmente conseguem fornecer insights, a situação já mudou e o valor do trabalho de análise de riscos diminuiu bastante. As equipes devem manter um equilíbrio claro entre gerar valor rapidamente para a empresa e desenvolver habilidades simultaneamente. Um componente para conseguir rapidez nas entregas é ter confiança nos dados de negócios, o que muitas vezes representa uma mudança de mentalidade nas funções de risco. Confirme se a equipe de riscos está alinhada com a governança de dados da organização, em vez de estar criando a sua própria. Em seguida, trabalhe com a TI para identificar quais dados estão acessíveis, mantendo um equilíbrio entre saber quais dados são necessários para gerar os insights mais valiosos e a disponibilidade e facilidade de acessar esses dados. Junte dados externos para enriquecer a compreensão dos riscos. 

3) Rastejar, andar, correr

Alinhadas à necessidade de entregar valor rapidamente, as equipes de risco devem começar com elementos fundamentais e básicos de análise de risco, como definir métricas e medidas-chave para o apetite a risco. Isso ajuda os funcionários de todos os níveis a compreender quanto risco podem assumir e a fazer escolhas eficientes. Uma vez estabelecidos esses fundamentos, a análise pode se concentrar na causa raiz e em casos de uso de resolução de problemas e diagnóstico, trabalhando em estreita colaboração com a empresa para definir e priorizar o que é mais necessário. À medida que as capacidades amadurecem, podem ser abordadas análises preditivas mais avançadas, análises de modelagem de cenários, testes de estresse e capacidades prospectivas. Esses esforços mais avançados demandam tempo e investimento e são feitos mais facilmente quando há um histórico de geração de valor para o negócio e as barreiras entre as equipes de riscos e negócios são derrubadas.

Conclusão 

Para extrair dados e fornecer inteligência que possa ser aplicada na prática, a equipe de análise de riscos precisa trazer para o negócio mais do que cientistas de dados, ferramentas e análises retrospectivas. Elas precisam de um profundo conhecimento do negócio e da indústria, além da capacidade de construir relacionamentos. Devem ter as habilidades necessárias para reunir as pessoas em torno da ideação sobre os problemas que a empresa está tentando resolver e das análises que agregarão mais valor a esse esforço. Ao fornecer o apoio certo, os CEOs podem colher os benefícios de uma visão panorâmica dos riscos de toda a organização, com as métricas adequadas para entender e aproveitar as mudanças no cenário de riscos à medida que elas ocorrem.

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Francisco  Macedo

Francisco Macedo

Sócio e líder de Serviços de Riscos, PwC Brasil

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André Pannunzio

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Sócio e líder de Auditoria Interna e Controles Internos, PwC Brasil

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