Vivemos uma era de incertezas, com conflitos geopolíticos e eventos surpreendentes – como uma pandemia com consequências econômicas e sociais de longo alcance –, que traz um novo perfil de riscos para as organizações. Uma empresa nem sempre consegue antecipar o que está por vir, mas uma supervisão de riscos de qualidade pode ajudá-la a responder mais rapidamente a crises. A quantidade e os tipos de riscos que o conselho monitora continuam crescendo, ainda que a natureza deles mude. Alguns se tornam mais prováveis à medida que as empresas ficam mais interconectadas. Outros provavelmente afetam apenas uma área do negócio. Outros ainda podem ter graves repercussões na reputação da empresa como um todo.
O gerenciamento de riscos corporativos (ERM, na sigla em inglês) sempre consistiu em identificar e gerenciar os principais riscos a que a organização está exposta. Isso não mudou. Os insumos, a metodologia, os resultados e o processo geral mudaram – porque era preciso. Como mostra o quadro acima, há vários fatores por trás da evolução dos processos de ERM e supervisão de riscos.
Grandes investidores têm pressionado para obter mais informações sobre como a declaração de propósito de uma empresa está vinculada à sua estratégia e ao sucesso no longo prazo. Vamos usar os riscos ambientais, sociais e de governança (ESG) para ilustrar isso. Para muitas empresas, essa questão, de alguma forma, já estava no radar. Mas a atenção dada recentemente por grandes investidores institucionais, combinada a um aumento de recomendações dos acionistas para que haja uma maior divulgação, pode deixar esses riscos ainda mais evidentes. Grandes investidores institucionais estão sugerindo que os riscos ESG podem ter um impacto no valor sustentável de longo prazo da empresa.
Para mais discussões sobre ESG e ERM, leia Safeguarding trust: the board’s role in integrating ESG and ERM.
O monitoramento dos riscos é responsabilidade de todo o conselho. Ter habilidades, experiências e conhecimentos diversos é vital para entender a ampla gama de riscos que uma empresa pode enfrentar. É importante contar com alguns membros que tenham profundo conhecimento do setor e possam ajudar a antecipar o que está por vir. Por outro lado, também é essencial ter novas perspectivas – seja com novos conselheiros ou com membros que tenham experiência em setores diferentes ou habilidades adicionais – para enxergar o risco por ângulos variados. Conselheiros com experiência específica em gerenciamento de riscos também são indispensáveis.
Em um ambiente de risco de negócios cada vez mais complexo e interconectado, os conselhos desempenham um papel fundamental na supervisão dos riscos e na manutenção do fluxo de informações para os acionistas.
Para começar, os conselhos podem olhar em torno da mesa. Há diversidade de experiência, pensamento, gênero e raça para trazer diferentes perspectivas sobre o risco?
Também convém que os conselhos entendam o programa corporativo de ERM – e como podem contribuir para esse programa.
É recomendável que o conselho dedique tempo à supervisão de sua própria estrutura.
E, finalmente, os conselhos não devem esquecer os diferentes stakeholders da empresa — quais informações são fornecidas a eles sobre os programas e atividades de gerenciamento de riscos da empresa?
Ao examinar e refinar sua abordagem de supervisão de riscos, o conselho pode gerar ainda mais valor para a empresa e seus acionistas.