IA com emissões líquidas zero pode se tornar realidade?

IA com emissões líquidas zero pode se tornar realidade?
  • Novembro 14, 2025

Na próxima década, a inteligência artificial poderá aumentar a eficiência energética e compensar seu consumo

21%

Possível aumento no consumo energético de data centers até 2035 com o uso de IA.

+1%

na adoção de IA pode elevar em 0,1 pp. a eficiência energética em outros setores.

+0,4%

Ganho na eficiência energética dos data centers a cada 1 pp. de aumento na adoção da IA.

1,9%

Possível queda nas emissões globais de GEE até 2035, com a ampla adoção de IA.

À medida que cresce o uso da inteligência artificial em escala global, aumenta também o desafio de equilibrar inovação e sustentabilidade. Estamos perto de uma IA com emissões líquidas zero?

Uma nova análise da PwC mostra que sim – e que isso pode acontecer já na próxima década. O estudo revela que, ao mesmo tempo em que o avanço da IA eleva a demanda por energia em data centers, ele também abre caminho para ganhos expressivos de eficiência energética em toda a economia.

Com base em modelos econômicos e cenários globais, a PwC simulou o impacto da adoção da IA no consumo de energia e nas emissões de gases de efeito estufa. O resultado é animador: mesmo um nível moderado de aplicação da tecnologia em setores produtivos seria suficiente para compensar o aumento de consumo nos centros de dados – tornando o efeito líquido da IA sobre energia e emissões praticamente neutro.

Expansão dos data centers

O crescimento exponencial da inteligência artificial vem impulsionando a expansão global dos data centers, estruturas altamente intensivas em energia. A PwC estima que, até 2026, o consumo elétrico desses centros poderá se igualar ao de um país do porte do Japão. Mesmo com avanços em chips, software e resfriamento, a demanda energética continuará crescendo, exigindo soluções sustentáveis e inovação contínua para mitigar o impacto ambiental da infraestrutura de IA.

Aliada na eficiência energética

A IA também faz parte da solução. Ao ser aplicada em processos industriais, no transporte, na construção e na gestão de energia, ela pode gerar ganhos expressivos de eficiência. De ajustar automaticamente o resfriamento de ambientes a otimizar rotas de transporte e processos fabris, as aplicações inteligentes permitem reduzir o consumo e as emissões. Startups de tecnologia climática já captaram bilhões de dólares para desenvolver soluções que integram IA e sustentabilidade.

Consumo e compensação

Nossa análise mostra que os ganhos de eficiência energética proporcionados pela IA em toda a economia podem compensar o aumento do consumo nos data centers. Nos cenários modelados, o uso total de energia em 2035 seria praticamente igual – ou até ligeiramente menor – que em um cenário sem IA. Isso significa que a adoção inteligente e responsável da tecnologia pode neutralizar seus próprios impactos energéticos. 

Impacto climático

Quando se considera o efeito nas emissões de gases de efeito estufa, os resultados são igualmente promissores. A ampla adoção da IA pode reduzir as emissões globais entre 0,3% e 1,9% até 2035, graças à maior eficiência e à aceleração da transição energética. Assim, a IA se apresenta não apenas como um desafio climático, mas também como uma ferramenta poderosa para a descarbonização da economia. 

Como equilibrar a equação

Para que o potencial da IA na sustentabilidade se concretize, as empresas precisam agir estrategicamente. A PwC propõe quatro ações:

  • Usar a IA para gerenciar a demanda energética
  • Monitorar as emissões associadas ao uso de IA
  • Dimensionar modelos conforme a necessidade real do negócio
  • Priorizar fornecedores comprometidos com práticas sustentáveis. 

Com essas medidas, é possível alinhar o crescimento tecnológico às metas de carbono zero.

IA com emissões líquidas zero pode se tornar realidade?

Baixe o relatório completo

(PDF of 5.11MB)

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Daniel Martins

Daniel Martins

Sócio e líder da indústria de Energia e Serviços de Utilidade Pública, PwC Brasil

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