Executivos de finanças de diferentes setores participaram de um ciclo de discussões estratégicas promovido pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo (IBEF-SP), com apoio da PwC Brasil, sobre uma das agendas mais urgentes e promissoras da atualidade: a transição energética.
O conteúdo desta publicação reúne os principais insights gerados pelo squad ao longo dos encontros, abordando os aspectos mais relevantes do processo de descarbonização da economia brasileira, como financiamento climático, riscos e oportunidades regulatórias, o papel do hidrogênio de baixo carbono e a evolução do mercado de carbono no país.
A transição energética é uma oportunidade para o Brasil se destacar em setores como minerais críticos, biocombustíveis e aço verde, além de atrair capital para soluções de eletrificação industrial e hidrogênio verde. Com quase 90% da matriz elétrica renovável, o país tem vantagem comparativa.
O gás natural deve atuar como combustível de transição, já que os fósseis ainda atenderão parte relevante da demanda global até 2050. Porém, fatores como juros altos, custo da energia e o “risco Brasil” ainda limitam a competitividade. O setor privado pode destravar esse potencial desenvolvendo projetos sustentáveis com retorno claro e usando mecanismos como blended finance.
O avanço regulatório no Brasil – como os marcos do hidrogênio de baixo carbono e do mercado de carbono – abre caminho para novos investimentos e fortalece setores estratégicos. Um ambiente regulatório claro e estável é essencial para ampliar a competitividade e atrair capital.
O setor privado tem papel ativo, mobilizando governo e sociedade para promover políticas públicas, infraestrutura e um ambiente de negócios mais seguro. Empresas preparadas para atuar nesse novo cenário poderão se posicionar melhor tanto no mercado interno quanto nas exportações de baixo carbono.
A exposição a riscos climáticos e regulatórios tem impacto direto no acesso a capital. Para empresas brasileiras, alinhar-se à agenda de transição energética é cada vez mais determinante para financiamento e refinanciamento, especialmente nos mercados internacionais.
Desenvolver uma visão estratégica global, acompanhar critérios de análise de risco e incorporar o custo do carbono nas decisões financeiras são passos importantes para reduzir o “risco Brasil” e melhorar o posicionamento frente a investidores.
Com a valorização do mercado de carbono e a demanda crescente por soluções sustentáveis, o financiamento climático se torna peça-chave para viabilizar projetos no Brasil. Preços mais altos para emissão tornam investimentos em descarbonização mais atrativos.
O país tem potencial relevante como emissor de créditos de carbono, especialmente em projetos de preservação e restauração ambiental. Para aproveitar essa oportunidade, é essencial ampliar o acesso a recursos por meio de mecanismos como blended finance, fundos verdes e bancos de desenvolvimento.
Quando o país se prepara para sediar a COP 30 e ganha protagonismo internacional, esta publicação busca contribuir para o debate, inspirar decisões mais estratégicas e apoiar o setor privado na construção de uma transição energética justa, financeiramente viável e capaz de gerar valor para toda a sociedade.