Perspectivas do setor bancário a partir de 2025

Cinco cenários para o futuro dos bancos

Como se fortalecer em meio à transição

Visão geral

O setor bancário está passando por uma grande mudança. Alguns anos atrás, o negócio era bastante simples, mas, hoje, tecnologia e inovação, concorrência crescente, complexidade regulatória, finanças integradas, consolidação e mudanças nas expectativas dos clientes estão pressionando imensamente os modelos de negócios tradicionais. Essa teia intricada de tendências, em constante evolução, influencia tanto a confiança dos consumidores quanto a maneira como eles preferem conduzir suas vidas financeiras. Também força os bancos a abordar duas questões fundamentais: o que é uma instituição financeira e qual valor ela oferece.

Para os líderes dos bancos já estabelecidos, é hora de entender melhor essas tendências e se preparar para um ambiente em rápida mudança. Para ajudar nessa tarefa, acionamos nossa comunidade de solvers e desenvolvemos cinco cenários hipotéticos para o setor na próxima década.

Embora deliberadamente exagerados, todos os cinco cenários mostram que é necessário agir urgentemente e apontam três áreas prioritárias que os bancos devem abordar de maneira imediata e proativa para se adaptarem: transformação impulsionada por tecnologia, foco no cliente com acesso a dados e ampla confiança.

Nossa análise sugere várias possibilidades para a próxima década. Agora é a hora de considerar cenários radicais para se preparar e desenvolver as capacidades e a resiliência que serão necessárias para prosperar em um ambiente muito mais dinâmico.

Choque futuro: cinco cenários para o setor bancário na próxima década

Choque futuro: cinco cenários para o setor bancário na próxima década

Revolução no front-end

Novos players de fora do setor financeiro tradicional capturam relacionamentos com clientes – o front-end do setor bancário – e incorporam serviços financeiros em suas plataformas. Essas empresas são marcas estabelecidas e têm grande volume de recursos financeiros nos setores de tecnologia, mídia e entretenimento. Elas são capazes de criar uma experiência de usuário avançada e ofertas hiperpersonalizadas para controlar mais agressivamente o relacionamento com o cliente. 

Bancos tradicionais – geralmente enfrentando cargas regulatórias mais altas e com tecnologia desatualizada – participam como um pilar de infraestrutura do sistema financeiro. Eles atuam como fornecedores que oferecem serviços de utilidade pública e produtos licenciados, mas não têm mais uma marca que interaja diretamente com o cliente.

O vencedor leva tudo

Uma onda de consolidações resulta em megabancos e fintechs dominando o cenário bancário. Essas instituições enormes e baseadas em tecnologia obtêm vantagem competitiva por meio de ganhos de escala. 

Os clientes interagem em plataformas maiores, mais personalizadas e convenientes e geralmente não se preocupam com a privacidade dos dados ou a capacidade de escolha. Somente os bancos maiores poderão fazer os investimentos tecnológicos necessários para criar uma experiência diferenciada para o cliente.

Paisagem dispersa

Em meio à deterioração da confiança da sociedade, crescem as dúvidas dos consumidores em relação às instituições globais. O regime de supervisão favorece bancos menores e locais, e há um sentimento de proteção nacionalista. Clientes e ativos migram de players globais para bancos mais locais, com balanços, depósitos e linhas de crédito menores, e para players especializados em pequenos nichos.

Regulação intensa

Os reguladores adotam uma abordagem ativa para lidar com a onda Big Tech e outros entrantes não tradicionais, para garantir um sistema financeiro seguro e forte. Ações antitruste de governos empurram os players de tecnologia para fora da indústria e aumentam as barreiras de entrada. A concorrência vem exclusivamente de empresas que têm licenças completas de serviços financeiros.

Esse grau de regulamentação abre as portas para os bancos restabelecerem a confiança e reivindicarem seu papel de principais fornecedores de produtos e serviços financeiros.

A ascensão das moedas digitais de bancos centrais

Uma diminuição constante do uso de dinheiro se dá paralelamente à implantação de moedas digitais de bancos centrais. As moedas digitais ganham ampla aceitação nos segmentos B2B, B2C e C2C.

Os bancos tradicionais perdem para os bancos centrais a conta bancária básica – que, como os dados dos clientes, é um alicerce do relacionamento com os consumidores que eles controlam há muito tempo. Isso inviabiliza os modelos tradicionais de negócios bancários.

Maneiras adaptáveis de pensar o seu negócio

As mudanças que já estão em andamento no setor têm grandes implicações para todos os players, principalmente para os bancos incumbentes. Eles precisam intensificar seus esforços em relação a prioridades que são importantes há tempos, mas que, para muitos, são difíceis de concretizar. Essas prioridades – transformação impulsionada pela tecnologia, foco no cliente com acesso a dados e confiança ampla – estão se tornando cada vez mais urgentes. Independentemente de como será o futuro, uma coisa é certa: teremos um ambiente competitivo radicalmente diferente do atual. Os líderes do setor bancário não têm tempo a perder.

 

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Luis Ruivo

Luis Ruivo

Sócio, PwC Brasil

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