*Por Helena Rocha
A pandemia do novo coronavírus afetou de forma avassaladora a economia brasileira. Seis em cada dez empresas do país sentiram esses impactos negativos na segunda quinzena de junho, de acordo com a última Pesquisa “Pulso Empresa: o impacto da Covid-19 nas empresas”, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada no final de julho.
As empresas da região Nordeste foram as mais atingidas pela crise (72,1%), enquanto os setores mais afetados foram os de serviços (65,5%) e o de comércio (64,1%). Nesse cenário, muitas inquietações e reflexões vêm sendo feitas sobre qual será afinal, diante de tantos impactos, o futuro dos negócios no mundo pós-pandemia? A resposta está na capacidade de adaptação e de exercitar a humanidade.
A pandemia acelerou transformações que estavam em curso nas empresas há algum tempo como a digitalização cada vez maior dos processos e rotinas. O investimento em tecnologia e inovação, dinâmicas online e a incorporação do home office mostraram-se alternativas de emergência em meio à crise do coronavírus, mas que chegam para ficar neste novo normal que estamos construindo.
Os negócios terão cada vez mais o desafio de pensarem uma reconfiguração de espaços físicos, assim como flexibilidade para adoção de novas formas de trabalho e buscas contínuas por inovação. As relações com os colaboradores estão e estarão cada vez mais pautadas em confiança e transparência. Sairão na frente e terão mais condições de permanência no mercado aquelas empresas que lerem esse cenário e melhor se adaptarem.
Mas não é só em relação à realização de mudanças no ambiente organizacional que as empresas deverão estar preparadas. O advento da Covid resgatou a importância da responsabilidade social dos negócios, do olhar para fora dos muros e de ter uma postura mais humanizada, empática, colaborativa e solidária.
Se a digitalização é uma das tendências aceleradas pela pandemia, outra transformação que se verifica é na mentalidade e no comportamento da própria sociedade. Nesse novo normal, a humanização deve fazer parte da agenda corporativa, seja na relação comercial, com os clientes, seja na relação organizacional com os funcionários, acionistas e demais stakeholders.
Partindo da premissa de que empresas são feitas de pessoas para pessoas, mais do que nunca terá vez a tônica do relacionamento, e habilidades emocionais passam a ser recrutadas com destaque no dia a dia de gestores e demais profissionais. Na realidade pós-pandemia, as empresas precisam se reconectar com aquilo que têm de mais precioso: a sua humanidade. É dessa forma que vão pavimentar um futuro sustentável.
*Helena Rocha, sócia da PwC Brasil, com atuação no Nordeste, e especialista em auditoria
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