PwC Debate | Mundo 2030

A aceleração das transformações iniciadas pela 4ª Revolução Industrial é apenas uma amostra do que ainda está por vir. Alcançamos um patamar irreversível na dimensão tecnológica: o mundo será cada vez mais conectado e a hiperconexão será o padrão, com máquinas tomando inúmeras decisões instantâneas, processando dados gerados por sensores baseados em computação quântica, machine learning e inteligência artificial. As economias serão reinventadas e, da mesma forma, a maneira como as pessoas trabalharão, produzirão e consumirão. Neste mundo teremos uma avalanche de inovações com foco no bem estar humano e na maturidade da relação homem máquina: será a 5ª Revolução Industrial. Quem, desde já, não adotar uma nova forma de atuar e pensar, e criar novos modelos de gestão, terá grandes dificuldades para garantir a sua sobrevivência em 2030.

Uma nova realidade em 2030

Duas revoluções serão eixos simultâneos em uma transformação sem precedentes:

  1. Revolução tecnológica: resultante da evolução exponencial de machine learning , inteligência artificial e conectividade permanente.
  2. Revolução biológica: baseada nos avanços em biologia e neurociência. Ambas caminham juntas para, de forma massificada, impactarem os negócios e as nossas vidas.

Ambas caminham juntas para, de forma massificada, impactarem os negócios e as nossas vidas.

No caso da revolução tecnológica, que é constante, onipresente e veloz, as tecnologias essenciais e megatendências globais estão colidindo para desafiar os negócios e a sociedade. Como comprovam as nossas pesquisas , mais de 50% dos CEOs estão promovendo mudanças significativas no uso de tecnologias para avaliar e cumprir as expectativas mais amplas de seus stakeholders.

 Ao contrário de outros momentos de turbulência, como as revoluções agrícola e industrial, essa revolução não tem limites ou fronteiras definidas. As economias emergentes estão adotando tecnologias tão ou mais rápido que os mercados desenvolvidos: 12% dos adultos na África Subsaariana têm uma conta bancária móvel, em comparação com a média global de apenas 2%, por exemplo.

Nesse ambiente, é preciso entender a disrupção, buscar potenciais novos modelos de negócios e ganhar agilidade estratégica: ter a capacidade de preparar o negócio para enfrentar mudanças perturbadoras e preparar as pessoas. Conceitos estão sendo desafiados, pressionando os líderes empresariais. Modelos B2C, caracterizados por um pequeno grupo de grandes empresas atendendo a muitos clientes atomizados e desconectados, estão sendo rapidamente suplantados por novos modelos, baseados em plataformas e/ou ecossistemas.

Exemplo claros do processo de desintermediação permitem que os consumidores negociem entre si e com pequenas empresas em pé de igualdade ("from B2C to all to all’). Setores econômicos serão destruídos: não haverá mais vantagem competitiva decorrente exclusivamente de escala.

 

Quatro mundos: Quais as competências essenciais para os negócios?

Essas megatendências vão reformular o mundo ao longo da próxima década. A desintermediação, a economia circular e do compartilhamento enfatizam a experiência em detrimento da posse, desmaterializando tudo o que o capitalismo e a sociedade de consumo construíram durante anos. Com a capacidade dos computadores crescendo em velocidade exponencial, não resta ao homem outra alternativa senão ampliar a interação com os robôs orientados pela digitalização e agilidade.

A análise das opiniões de 10 mil pessoas sobre como o ambiente de trabalho deve evoluir nos próximos anos, em nosso estudo Workforce of the future identifica quatro possíveis “mundos” em 2030: 

Mundo vermelho: sob domínio da inovação, organizações e indivíduos competem para dar aos consumidores o que eles querem. 

Mundo azul: predomina o capitalismo das grandes corporações e as empresas globais assumem a liderança.

Mundo verde: o destaque é o cuidado das empresas; a responsabilidade social e a confiança dominam a agenda corporativa. 

Mundo amarelo: com o ser humano em primeiro lugar, os negócios sociais e comunitários prosperam. 

Esses mundos coexistirão e a interseção deles enfatizará a necessidade de três competências essenciais até 2030: confiança, humanidade (as características que tornam os humanos diferentes das máquinas) e adaptabilidade.

Reflexões

Para serem protagonistas, as organizações deverão desenvolver novas competências em sua força de trabalho. É preciso criar um ambiente diverso, inclusivo e dinâmico. Também é necessária uma função que olhe o capital humano de maneira mais estratégica e adaptativa para conduzir a organização rumo ao futuro. 

Seis ações são essenciais para as empresas reinventarem o seu futuro:

  1. Criar vantagem competitiva com base em uma experiência que engaje melhor as pessoas.
  2. Usar análises de dados sobre a força de trabalho para aproveitar ao máximo seus talentos.
  3. Integrar líderes de RH e de negócios para produzir uma mudança real.
  4. Promover um avanço mais rápido do RH na missão de redesenhar funções à luz da tecnologia.
  5. Aproveitar o potencial de talentos com alta capacidade de aprendizado e adaptação para alavancar e acelerar inovações.
  6. Ter um discurso claro e coerente.

Em um mundo com inovações em escala nunca vista, o sucesso estará na capacidade de utilizá las com foco no bem estar humano e da sociedade. Alinhar habilidades, tecnologia e bases organizacionais é apenas o começo dessa jornada. Os diferenciais serão a capacidade de criar confiança e proporcionar às pessoas uma experiência que inspire o engajamento e maximize, em última análise, o potencial da organização. 

As pessoas entendem que as tarefas repetitivas serão executadas por robôs e que os trabalhadores precisarão aprender novas habilidades. Mas, se os líderes não forem claros sobre sua visão e estratégia, e não comunicarem o que planejam fazer, os profissionais perderão a confiança na organização e no futuro. 

2030: Seja muito bem vindo!

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Marco Castro

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Durval  Portela

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Fabio Cajazeira

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