A essência ágil do processo de transformação digital da Suzano

A empresa, que em 2024 completará 100 anos de história, conta como tem estruturado a inovação que promove junto ao ecossistema

Setembro 16, 2021

Por Álvaro Gómez Rodríguez

O ecossistema de Inovação Aberta está em constante evolução e cada vez mais tem sido percebido como um pilar importante no desenvolvimento econômico e social. Ele traz resultados efetivos para os empreendedores e empresas, é verdade, mas não somente isso. Contribui muitas vezes, também, para atender anseios da sociedade. São exemplos que se multiplicam em todo o mundo e que também temos vivenciado na Suzano.

A empresa, que em 2024 completará 100 anos de história, está inserida nesse ecossistema e tem investido em iniciativas para garantir mais inovação e praticidade às suas soluções e aos seus processos. 

Para alcançar os resultados desejados, entendemos ser fundamental abrir portas para peças-chave desse ecossistema, incluindo as startups. Essa combinação entre um time engajado em democratizar a Inovação Aberta, a partir de um mindset de agilidade, e o contato com startups de todo o mundo, nos levou a ser a melhor companhia do setor de Papel e Celulose e estar entre as 10 principais do Brasil no ranking TOP 100 Open Corps 2021, um dos mais prestigiados da área.

Mas, afinal, qual é o caminho trilhado pela Suzano? Queremos mais do que uma prova de conceito ou um resultado pontual para termos um “selo” de empresa inserida no universo de Open Innovation. Buscamos soluções para aprimorar os processos de toda a companhia e ao longo de toda a cadeia acelerarmos nosso processo de transformação digital. Queremos identificar as melhores soluções para garantirmos escalabilidade e resultados.

Já são mais de 45 soluções em nosso portfólio ou em uso em toda a cadeia, incluindo as áreas Florestal, Industrial, Logística e Comercial. É um processo estruturado para conectar diferentes visões e ideias para a inovação, o que possibilita um novo horizonte e formas de nos relacionarmos. É assim que será possível, cada vez mais, nos reinventarmos de forma constante, moldando nosso futuro com olhar grande e um processo de aprendizagem ágil já no presente.

No artigo anterior, mencionamos a importância da conexão entre empresas e startups. Isso porque, a partir dessas parcerias, temos enormes ganhos com as soluções encontradas, como a redução do custo, o aumento do lucro e a produtividade, além de melhor competitividade das companhias envolvidas.

Agilidade para transformar

A Jornada de Open Innovation Ágil na Suzano tem avançado de forma consistente desde 2019, ano em que as antigas Suzano Papel e Celulose e Fibria se uniram e deram origem à Suzano S.A. 

Há inúmeros exemplos que mostram como, nessa jornada, estamos dispostos a começar pequeno, aprender rápido e olhar grande. Um olhar compatível com o tamanho de uma empresa que é líder mundial na produção de celulose de eucalipto e que, a partir de seus produtos, está presente na vida de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo.

Mas, ainda que tenhamos um mindset de agilidade, há etapas cruciais a serem seguidas nessa jornada. Sabemos disso e entendemos a necessidade de cada uma dessas etapas

O passo a passo da inovação na Suzano

Uma vez diante de um novo projeto de inovação, partimos sempre da fase de definição, quando desenhamos o desafio com as respectivas áreas para entender suas necessidades, e nos aprofundamos no problema. 

Em seguida, temos a fase de captura, que nada mais é do que o lançamento do nosso desafio no ecossistema de inovação, em que selecionamos as startups para o Pitch Day. Esse é o dia em que as soluções são apresentadas, e escolhemos com qual delas iremos trabalhar. 

A partir disso, temos o processo de contratação – que passou a seguir um modelo mais simplificado e ágil, que atende a realidade da startup parceira.

Uma vez escolhidas as startups participantes do desafio, é a hora de organizar a Prova de Conceito. Durante a POC, o nosso intuito é avaliar a alternativa e medir o valor da solução para a Suzano por meio de KPI’s (indicadores de performance) previamente estabelecidos. 

Por fim, nossa jornada se encerra (na verdade, ela apenas começa) com a fase de avaliação e escala. Ao final da POC, criamos um modelo de negócio para calcular o retorno do projeto e, se bem-sucedido, escalamos a solução dentro da Suzano.

Exemplo prático

Esse foi o caminho percorrido, por exemplo, pelo Projeto Thanos, uma solução desenvolvida para otimizarmos o processo de silvicultura. Com a ajuda da SciCrop, uma das maiores agritechs do Brasil, buscamos insumos e soluções no combate às formigas. 

Em pesquisas realizadas no Espírito Santo e na Bahia, conseguimos aumentar em 3,5% a eficiência operacional no controle de formigas e otimizamos em 17,8% o tempo de descolamento entre as fazendas. Em paralelo, percebemos ao longo do processo que o projeto poderia ir além do controle de formigas e hoje temos avançado nos estudos em outras operações.

Assim como o Thanos, outros projetos têm ganhado destaque na nossa Jornada de Open Innovation. É o caso do nosso robô de compras com inteligência artificial, ou simplesmente SARA (Serviço de Análise de Requisições Automatizado). Trata-se de um projeto já escalado, criado para resolver uma das dores da nossa área de Suprimentos: a existência de um processo de compras manual que possuía alta demanda de itens. 

Por meio de uma POC, nós selecionamos a 42 Codelab, startup referência no Brasil em inteligência artificial e machine learning, para ser nossa parceira nesse bem-sucedido case. 

O projeto envolveu 30 colaboradores e colaboradoras da Suzano, além de 10 pessoas da startup. Esse grupo desenvolveu um processo de compras automatizado, no qual o robô é responsável por fazer a solicitação de cotações, análise e atualização de informações, follow up com fornecedores e emissão dos pedidos. Somente em 2021, já foram realizadas mais de 30 mil operações de compra pelo SARA e tivemos um aumento em até 154% da produtividade, permitindo que nossa equipe de Suprimentos pudesse ter um papel ainda mais estratégico para a companhia.

São exemplos que mostram que a Suzano está se transformando para que a aplicação da inovação aberta esteja cada vez mais presente em inúmeras frentes, fazendo com que nosso modelo estratégico não apenas permita o desenvolvimento contínuo da nossa cadeia como também agregue valor e crescimento aos nossos parceiros. 

Assim queremos seguir no desenvolvimento de alternativas inovadoras e cada vez mais sustentáveis para a nossa empresa, para o nosso setor e para a sociedade.

Álvaro Gómez Rodríguez é gerente de Inovação Aberta da Suzano.

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Maurício Moraes

Maurício Moraes

Sócio e líder do setor de Agronegócio, PwC Brasil

Dirceu Ferreira Junior

Dirceu Ferreira Junior

COO do PwC Agtech Innovation e sócio, PwC Brasil

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